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Pedagogia do Oprimido


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É importante saber que a pedagogia não deve ser elaborada para o sujeito, e sim, a partir dele, pois a prática da liberdade está inserida em um modo de transmissão de conhecimentos, pela qual o indivíduo possa refletir, para tornar-se sujeito de sua própria história; Esses vocábulos permitem o domínio da palavra escrita, e ?o mais eficaz engajamento de quem a pronuncia com a força pragmática que instaura e transforma o mundo humano?.(FREIRE, 1987, p.11) A combinação dos elementos básicos destas palavras permite a formação de outras, sempre oriundas do próprio universo vocabular do alfabetizando, para que ele possa ver sua experiência e começar a decodificar; Nesta descoberta, ou ainda nesta busca por um horizonte que dê conta do seu ser, o homem problematiza sua realidade, constata assim a desumanização percebida principalmente como realidade histórica: A violência dos opressores também é desumanizadora, instaurando em algum momento a luta dos oprimidos com quem os fez menos; E aí está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos ? libertar-se a si e aos opressores. Estes, que oprimem, exploram e violentam, em razão de seu poder, não podem ter, neste poder, a força de libertação dos oprimidos nem de si mesmos?.(FREIRE, 1987, p.30).E esta é a grande contradição dos opressores e oprimidos: sua superação. A debilidade dos oprimidos será o que dará força a libertação de ambos, o que acaba causando uma falsa generosidade pelos opressores, na tentativa de manter os oprimidos dependentes de sua generosidade e assim manter-se a permanência da injustiça. ?A ?ordem? social injusta é a fonte geradora, permanente, desta ?generosidade? que se nutre da morte, do desalento e da miséria?; Embora essas ações devam partir dos oprimidos e daqueles que realmente solidarizam-se, buscando a restauração da generosidade verdadeira e, por fim, da humanidade. O ?medo da liberdade? pode impulsioná-los a serem opressores ou mantê-los aprisionados ao ?status? de oprimidos. É relevante entender que o comportamento dos oprimidos pode ser qualificado por prescrito, pois um dos elementos básicos no intermédio de opressores-oprimidos é a prescrição; A alienação da prescrição se dá no sentido da consciência recebedora possuir o hóspede da consciência opressora. Os oprimidos que seguem a sombra dos opressores temem a liberdade, pois a liberdade exigirá a expressão dessa ?sombra? e o preenchimento do vazio deixado por ela. Para superar essa situação opressora, se torna necessário o reconhecimento crítico da mesma situação e, assim, outra situação que possibilite a busca do ser mais se instaura através de uma ação transformadora. O homem que nasce deste parto é um homem novo que só é viável na e pela superação da contradição opressores-oprimidos, que é a libertação de todos?. Para tanto, é preciso reconhecerem-se oprimidos e engajem-se na luta por sua libertação. ?Dessa forma, esta superação exige a inserção crítica dos oprimidos na Essa pedagogia, para ser realmente libertadora, deve ficar próxima dos oprimidos, pois estes serão exemplos para si mesmos; para tanto, esta proposta prevê a utilização do vivencial, como forma de valorização de todo tipo de cultura, ou seja, valendo-se da cultura do oprimido, cria possibilidades para que este, por meio da educação, consiga libertar-se, sendo esta proposta alicerçada na participação da comunidade envolvida. A libertação dos oprimidos causa nos opressores umarealidade opressora, com que, objetivando-a, simultaneamente atuam sobre ela?. sensação de opressão, pois estes não se reconhecem realmente livres. E essa é uma das características da consciência opressora, coisificando os oprimidos, que acabam por não ter finalidades senão as prescritas pelos opressores. Embora isso, cabe aos oprimidos o papel de libertar-se e libertar os opressores, assumindo uma forma nova de ?estar sendo?, pois já não podem atuar como antes, nem permanecer como ?estavam sendo?. O modo de comportamento dos oprimidos reflete, em muitos momentos, a estrutura da dominação. Está na falta do identificar claramente essa ?ordem? que serve aos opressores, o que faz com que oprimidos exerçam algum tipo de violência para agredir seus semelhantes, ou seja, pessoas que se encontrem na mesma situação de oprimidos. Outra característica dos oprimidos é a autodesvalia. Seu saber, na maioria das vezes não é o institucionalizado, devido à pressão vigente acabam também por menosprezá-lo, se utilizam dos critérios do saber convencionais, embora isso, seja uma das primeiras alterações de mudança em uma situação de opressão, acontecem na transformação dessa autodesvalia. Essa precisa ser uma descoberta baseada na práxis, por meio de um diálogo crítico e libertador que suponha a ação, nunca um diálogo que provoque fúria ou repressão maior do opressor. É importante que vejamos os oprimidos como capazes de pensar certo. Já a ação libertadora, reconhecendo essa dependência por parte dos oprimidos, tenta, através da reflexão e da ação, transformá-la em independência. ?Não podemos esquecer que a libertação dos oprimidos é libertação de homens e não de ?coisas?. Para um trabalho de libertação, o caminho não é o ato de ?depositar? crenças, ou seja, ?propaganda? e sim, o resultado da conscientização dos oprimidos de que devem lutar por sua libertação; Pois é como homens que os oprimidos precisam lutar e nunca como coisas.?É que esta luta não se justifica apenas em que passem a ter liberdade para comer, mas liberdade para criar e construir, para admirar e aventurar-se?.


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