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GESTÃO PARTICIPATIVA: visão de um coordenador pedagógico que a educação precisa.
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Não à toa se debate as conseqüências da substituição progressiva do modelo fordista e taylorismo pelo toyotismo no campo das relações de produção e do trabalho, provocando no nível da educação novas necessidades quanto à formação do trabalho e reorientação dos demais níveis do ensino. Deixando para trás o autoritarismo político dentro da escola, próprio de um período histórico ultrapassado, podemos observar que a concepção formal de democracia valoriza, sobretudo, os mecanismos de participação casual, e, portanto, de acordo com a conveniência da direção da escola, dos pais e alunos. Na medida em que os pais cercam a escola de garantias de que os alunos não questionarão a forma de organização da escola, inclusive mediante comportamento indisciplinas, cumpririam, supostamente, seu papel como pais Essa forma tradicional, portanto de matizes ainda autoritárias, de visualizar a organização e a gestão escolar encontra-se em crise, na medida em que não responde mais aos anseios por participação dos setores da escola na discussão, nas decisões e na execução das escolhas quanto à administração e rumos da escola, em todas os seus parâmetros, desde os aspectos financeiros, culturais, pedagógicos, etc A gestão democrática participativa, em todos os campos da atuação da escola, concorre para o aperfeiçoamento da práxis educacional, tendo em vista que cria os canais de envolvimento cada vez maior dos sujeitos sociais nas diversas etapas de discussão das prioridades da escola e da melhoria do ensino-aprendizagem, na eleição dos instrumentos para concretizar as escolhas realizadas democraticamente, na reivindicação de condições de realização de trabalho de professores, que correspondam minimamente às suas necessidades vitais. Constitui um erro monumental entender que a discussão democrática e participativa na gestão escolar dificulta a tomada de decisões e a execução das tarefas imediatas da instituição escolar, tendo em vista a diversidade de opiniões e de posições quanto à organização da escola e as medidas necessárias à sua efetivação Muitas medidas educacionais foram, ao longo do tempo, sendo tomadas para amenizar o impacto das mazelas sociais no âmbito do ensino, mas não os problemas sociais geradores dos problemas da educação não foram resolvidos, nem suprimidos, do contexto nacional, tendo em vista que a base econômico-social, que prolifera essas questões, continua presente, tais como: as desigualdades sociais, a fome e a miséria da maioria da população Muitos dos problemas vivenciados pela educação nacional continuam tão presentes quanto antes, quais sejam: evasão escolar, repetência, baixa qualidade do ensino ministrado nas escolas, salários dos professores muito aquém de suas necessidades profissionais e familiares, pouco ou nenhuma assimilação real de conhecimentos científicos e, principalmente, permanência de uma organização escolar clientelista, quanto à escolha de seus gestores, e, unilateral, quanto à tomada de decisões e participação do conjunto dos segmentos da escola, ofuscando de certa forma a autonomia da escola, que se projeto também em seu aspecto administrativo. A partir dessa realidade social surge um debate em torno da elaboração e concreção de um projeto político-pedagógico voltado para as necessidades educacionais da escola, em sentido amplo: que vai desde o processo de ensino-aprendizagem propriamente dito até à gestão e tomada de decisões no seio da escola, o que significa envolvimento maior da comunidade escolar na vida e dinâmica da instituição, transformando-os em sujeitos ativos de todo o processo educacional, inclusive quanto aos aspectos organizacionais A gestão democrática, arregimentando o esforço coletivo dos professores, alunos e gestores, tenta superar os obstáculos da burocratização administrativa da escola, incrementando os canais de intervenção coletiva da comunidade na instituição escolar. A questão é tão importante, sendo pressuposto da realização de um projeto político-pedagógico, que numerosos autores se empenham em elaborar teoricamente as bases de uma gestão democrática da escola, a partir da crítica das condições em que as formas tradicionais de administração se efetivaram Tem-se em geral atitudes isoladas de alguns gestores de escolas que, numa ação democrática e ousada, abrem por conta e risco canais de participação dos segmentos escolares na vida organizacional da escola, discutindo com o conjunto da comunidade as prioridades, inclusive com país de alunos, o que não ocorre de forma geral em todos os níveis de ensino e em todas as unidades escolares. Uma gestão democrática garante, pelo menos em princípio, o aperfeiçoamento do debate e da prática educativa, além de proporcionar um caminho para a incorporação à dinâmica organizacional da escola dos sujeitos sociais, procurando incrementar o processo educativo REFERÊNCIAS LIBÂNEO, Jose Carlos. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2003. (Coleção Docência em Formação/ Coordenação Antonio Joaquim Severino, Selma Garrido Pimenta). GADOTTI, M e ROMÃO, J. E. (org.). Autonomia da escola: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997. PARO, V. H. Administração Escolar: Introdução Crítica. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1990. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Perspectiva para reflexão em torno do projeto político-pedagógico. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro et al. Escola: Espaço do Projeto Político-pedagógico. São Paulo: Papirus, 1998.
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