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O Jogo e a Exploração do Espaço Lúdico


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Resumo de um estudo efectuado por Carlos Neto, relativamente ao Jogo e a Exploração do Espaço Lúdico.

Segundo Carlos Neto que cita Buytendyk (1932), Miller (1968) e Sheurerl (1975), estes, discutiram diversas teorias acerca do jogo e das sua implicações no desenvolvimento da criança.
Desde a teoria de Spencer (1855) cujo ponto principal incidia no facto das crianças brincarem para se libertarem das energias acumuladas, até à ideia de Gross (1922) onde é atribuído ao jogo a capacidade de explorarem as potenciais características inatas da criança, concluí-se que o jogo sempre foi analisado por todos os que o estudaram, como um factor e determinante no desenvolvimento infantil.
Explorando a teoria de que através do jogo a criança aperfeiçoaria as suas capacidades, não só motoras, mas também psicológicas, surgiu a necessidade de desenvolver um estudo que revelasse os fenómenos de causa e efeito desse desenvolvimento.
Actualmente, pais, educadores e investigadores, dedicam os seus esforços nos factores que influenciam o desenvolvimento da criança, na tentativa de aprofundar o conhecimento sobre as potencialidades lúdico-pedagógicas do jogo propriamente dito, bem como dos materiais utilizados para os mesmos, e a influência destes sobre o comportamento lúdico das crianças, em diferentes idades.

PLANIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO EXPERIMENTAL
Formulação do Problema

O estudo pretendeu verificar de que forma a utilização de diversos materiais poderia influenciar o comportamento , no aspecto lúdico, em crianças entre os 4 e os 6 anos de idade, e os distintos comportamentos que variam entre si, conforme os escalões etários.

MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Amostra
A amostra foi composta por 40 crianças de ambos os sexos, com idades compreendidas entre os 4 e os 6 anos de idade. No escalão etário de 4, participaram 16 crianças. No escalão etário dos 5 anos, fizeram parte 8 crianças. Finalmente, do escalão etário dos 6 anos de idade, participaram 16 crianças.
Todas as crianças envolvidas no estudo, frequentavam o ensino regular na Escola Primária da Cooperativa de Ensino ?a Torre?, situada em Lisboa. A amostra foi seleccionada em função da idade das crianças que se deslocavam semanalmente à Faculdade de Motricidade Humana, tendo sido definido que nenhuma delas deveria apresentar problemas de saúde, nomeadamente físicos ou psicológicos.

Materiais utilizados no estudo
Do conjunto de materiais para actividades físicas utilizados para este estudo, faziam parte mini-bastões; bastões; andas; pirâmides; paralelepípedos; fitas; réguas; cubos lúdicos; pranchas gímnicas; arcos; junções; tubos; cilindros; anéis e ?edraplaques?. A selecção de materiais foi aleatória.

Procedimento e técnicas de recolha de dados
O tipo de observação inerente ao estudo foi a de observação naturalista. Optaram pela formação de pequenos grupos, num contexto informal, tendo sido efectuado o registro para recolha de dados, através de uma câmara oculta.

Registro de observações
A escala de Kooij (1986), com algumas adaptações, serviu de base para a descodificação do comportamento lúdico, tendo sido composta pelas seguintes Categorias Comportamentais:
1. Comportamento relacionado com a tarefa
1.1 Jogo de Repetição
1.1.1 Movimento de Repetição
1.1.2 Movimento de Exploração
1.1.3 Movimento de Experimentação
1.2 Jogo de Imitação ou Imaginação
1.2.1 Imitação Simples
1.2.2 Imitação Complexa
1.3 Jogo de Combinação
1.4 Jogo de Construção
1.5 Transição / Deslocamento
2. Comportamentos não relacionados com a tarefa
2.1 Comportamento de Observação
2.2 Comportamento fora da tarefa
2.3 Outros Comportamentos

O registro do comportamento observado, era capturado ao trigésimo segundo, tendo sempre em consideração o contexto em que cada comportamento se desenvolvia.

Técnicas Estatísticas utilizadas
Para análise e comparação de variáveis dos dados da amostra, foi utilizado o teste ?U? de Mann Whitney.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS

Foi verificado que o jogo de repetição predominava nos três escalões etários. Depois, sobressaíam as categorias de jogo de combinação e comportamento de observação. Na categoria de jogo de repetição verificou-se que o comportamento variava de forma inversa com a idade. A categoria do movimento de exploração foi a que acumulou maior percentagem nos três escalões etários.

CONCLUSÕES
Independentemente do grupo etário, a predominância de comportamento deste estudo verificou-se no jogo de repetição. As categorias de jogo de imitação e construção não foram expressivas, tendo sido praticamente nulas. No escalão etário de seis anos de idade, verificou-se uma quebra do comportamento no jogo de construção, o que se revelou incompreensível que as crianças não explorassem os materiais de acordo com as possibilidades de construção que pareciam evidenciar.
Em contrapartida, ocorreu uma elevada percentagem de ocorrência do comportamento de jogo de combinação, em todos os escalões etários. Paralelamente a esta categoria, foi assinalável a categoria de comportamento de observação, que pôde dever-se ao facto de os materiais serem uma novidade para as crianças, motivando-as a perceberem como se manipulavam.
As categorias de transição / deslocamento também recolheram alguns valores, o que revelou que as crianças para manusear um objecto, primeiro tenham que o escolher, transportar e reunir os objectos que pretendem utilizar.
Pelas baixas percentagens verificadas na ocorrência de comportamento nas categorias de desvio e fora de tarefa, os autores do estudo puderam referenciar como dados sinalizadores que, as crianças em plena actividade lúdica permanecem empenhados física e visualmente.
Apesar dos resultados do estudo indicarem que a utilização dos materiais conduzem a criança a uma predominância de comportamento em jogos de repetição, os autores deixaram em aberto a possibilidade de que estes materiais poderão ser utilizados como estimuladores de comportamento noutros jogos, nomeadamente o de construção e o de imitação.
Os autores do estudo sugerem que, é necessário disponibilizar às crianças novos materiais e objectos de jogo, cuja estrutura ajude no desenvolvimento das capacidade construtivas, representativas e imaginativas.

BIBLIOGRAFIA
Carlos Neto. O Jogo e a exploração do espaço lúdico. P.p 160/169


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