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EDUCAÇÃO À MODA PÓS-MODERNA


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?TUDO QUE SE VÊ NÃO É IGUAL AO QUE A GENTE VIU HÁ UM SEGUNDO?. LULU SANTOS.
Estamos vivendo um momento de crise, e crise para mim não é uma coisa negativa. Em contextos como esses, de conflitos, indisciplinas, dúvidas e mobilizações é que se pode produzir algum tipo de mudança. Caíram os muros, os rótulos, o mundo não está mais dividido em dois blocos ideologicamente antagônicos (Socialismo e Capitalismo), o mundo de hoje pertence aos blocos econômicos e a coca-cola, a Mcdonalds, a Microsoft e o limite do cartão de crédito são ícones da inclusão. O tempo engoliu o tempo. Há um discurso que está sendo imposto e nele o texto não é texto, a palavra não é palavra, a música não é música, a ciência não é ciência e a autoridade não é autoridade. A narrativa corrente impõe a hermenêutica pós-moderna, onde, segundo Harvey (2003:35) ?A estética triunfou sobre a ética como foco primário de preocupação intelectual e social, as imagens dominaram as narrativas, a efemeridade e a fragmentação assumiram procedência sobre verdades eternas ?. A imagem substituiu os valores e a tecnologia tenta substituir o ser humano. Esse mundo de aparências faz Baudrillard (1991:11) afirmar que: ?parece haver cada vez menos realidade e mais objetos produzidos artificialmente como numa Disneylândia sem fim, que, é claro, fazem parte também dessa realidade, tornando-se, assim, metarreais.? O que se vê em sala de aula é o puro reflexo da inquietação humana que não está conseguindo decodificar aquilo que se apresenta como realidade. Estamos todos sendo desafiados e no campo educacional as angústias aumentam, pois, a rede mundial de computadores disponibiliza livros, imagens, pesquisas, trabalhos e até aulas prontas e contextualizadas com todas as informações e aplicação de recursos. O princípio da autoridade acadêmica perde a sua validade e o professor vai sendo reduzido, reduzido, reduzido... Seu valor acadêmico fica, cada vez mais, comprometido e isso se concretiza na forma como esse profissional é visto e remunerado nas sociedades contemporâneas. Além de ter que estudar muito, acumulando títulos e mais títulos, cursos e mais cursos, o professor se vê ameaçado, desrespeitado (às vezes fisicamente) e em crise. A lógica efêmera e fragmentadora colocam em cheque as ?competências e habilidades? do profissional em educação e todos os outros trabalhadores. Se seguirmos esse itinerário neo-imagético-estetizante, seremos rótulo, cópia da cópia, mercadoria perecível que pode ser descartada não por falta de conteúdo, mas por não conseguir habitar o campo visual da sociedade do simulacro. Sejamos o assunto e não a narrativa, façamos a história e não a estória, caminhemos juntos e não de forma dispersa, enquanto pudermos lutar e reagir contra todo tipo de discurso que queira anular o papel do professor na sociedade, essa será a nossa tarefa. A autoridade docente, que não é autoritarismo, não pode ser descartabilizada, sob pena de colocarmos todo o legado da ciência em desuso.
BIBLIOGRAFIA _ BAUDRILLARD, Jean. Simulacro e Simulação. Lisboa: Relógio d?água. 1991.p.11. _ HARVEY, David. A condição pós-moderna; São Paulo: Loyola. 2003, ed. 12. * Professor de Filosofia e Sociologia


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