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Pluralismo Cultural, Cotidiano Escolar e Formação de Professores
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Estudos focalizados no ensino fundamental indicam a necessidade de mudanças em busca de uma educação que integre questões político-sociais, éticas, científicas, humanas e didáticas. A falta de esforço político para introduzir tais mudanças significativas é um dos motivos que contribuem para que a formação de professores apresente sempre as mesmas configurações no que tange as questões culturais, porém, não se pode culpar só o governo, há que se ter força de vontade dos próprios profissionais da educação. Questões culturais no processo de escolarização são fundamentais para promover educação crítica e democrática, e esta educação precisa ser prioridade.
Direta ou indiretamente, o mundo escolar e a formação de professores sempre estiveram ligados a questões políticas, sociais, culturais (dentre outros). Diante disso, se pode afirmar que é completamente possível pensar propostas pedagógicas que vinculem tais questões. Se fala sobre uma educação democrática, inclusiva e competente, e para essa possibilidade é indispensável o diálogo e a consciência de um mundo plural para a formação de uma identidade coletiva e individual. A troca entre diferentes culturas é fundamental para a formação de identidade cultural, porém, as questões culturais e seus impactos sobre a escolarização não têm sido incluídas de forma explícita e sistemática nos processos de formação docente e discente. Contudo, há uma crescente conscientização da importância das questões culturais, para isso, há que se pensar que a sociedade muda e se desenvolve, nada mais natural, que a educação enquanto prática social acompanhe essa mudança e se permita novas possibilidades, e dentro deste contexto, é necessário uma pedagogia crítica que veja a cultura como objeto estruturante da sociedade que se expressa de diferentes modos de agir, interpretar, relacionar-se, etc.
Ignorar ou reprimir a cultura pode provocar grandes conseqüências; as grandes divisões da humanidade e a fonte predominante de conflitos serão de ordem cultural. É importante que seja dada à cultura e as suas interligações a devida atenção não encarando-a como reflexo da sociedade, e sim o contrário, além disso, é preciso encarar a cultura como algo não estagnado, ela se expande e sofre alterações.
As transmissões culturais nas escolas são as mais confusas e cruciais, hibridização cultural é a busca. Não é que não se possa contrapor cultura erudita, de massa e cultura popular, se pode sim, só não se deve, principalmente em âmbito escolar. Isso de dá, justamente porque cada qual possui suas particularidades, mas o que não se deve haver são hierarquias, cada uma possui seu espaço e é possível interliga-las, é possível que habitem o mesmo espaço. É possível ver no museu (espaço destinado à cultura erudita) uma exposição de arte popular.
Em suma, ensinar pressupõe chegar a alguma lugar, subir um degrau na escala de conhecimento através de algo que possa ser acrescentado enquanto útil a sua vida de alguma forma e em algum momento. Conhecer culturalmente o passado é conhecer parte do processo de formação de identidade. Há uma alfabetização cultural sem a qual a letra pouco significa, a leitura cultural, social e estética do meio ambiente vai dar sentido ao mundo da leitura verbal. Nesta direção se pode pensar na concepção de educação intercultural e crítica que remeterá à educação para a cidadania, entendida como um exercício de viver compartilhado e democrático, considerando a diversidade humana. É preciso fazer uma revisão sobre as finalidades da educação nestes tempos pós-modernos.
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