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Aprender: o Desafio Reconstrutivo


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Infelizmente, continua imperando a confusão no que diz respeito à aprendizagem, vista como mera instrução e, porque não dizer, puro adestramento. E, assim, continua prevalecendo a expectativa de uma escola preocupada essencialmente em ?dar aulas?. É bom que se esclareça que o reconstrutivismo não se trata de uma proposta que tenha como princípio básico rejeitar a aula por completo, mas, não se pode continuar mantendo-a como paradigma central da aprendizagem. Sabe-se que o diálogo de sujeitos tornou-se imprescindível para que haja um ambiente adequado de educação, e isto tem a ver com a participação e autoformação. É óbvio que o treinamento faz parte de todo processo educativo, até porque, faz parte do processo de socialização valorizar comportamentos adaptativos. Mas, como se deseja contar com indivíduos com criatividade, consciência crítica, cidadãos, sujeitos capazes de serem responsáveis tanto pela história individual quanto pela coletiva, é preciso entender e atuar de forma tal que o processo seja marcado, principalmente, pelo desafio educativo ou formativo, com o objetivo de contribuir para que inovações fundamentais ocorram na própria escola. Dentre elas, salienta-se a necessidade de que se tenha a noção exata do papel da pesquisa para que possa realmente educar através da aprendizagem reconstrutiva,


FUNDAMENTOS DA APRENDIZAGEM RECONSTRUTIVA


A partir da obra de Piaget, a "construção do conhecimento recebeu o nome de "construtivismo". No entanto, o reconstrutivismo vai além, porque considera que, normalmente. reconstruímos conhecimentos, porque partimos do que já conhecemos, aprendemos a partir do que já está disponível na cultura; a construção do conhecimento também pode ocorrer, mas é um passo de originalidade acentuada, dificilmente aplicável no dia-a-dia. A aprendizagem reconstrutiva apresenta-se como um desafio no que se refere ao ato de aprender; é mais do que de ensinar; tem como contexto central a formação da competência humana. Assim, este tipo de aprendizagem, aproxima-se mais do saber pensar e do aprender a aprender, diferente substancialmente das idéias relacionadas à "qualidade total". Ao mesmo tempo, a presença do professor é considerada componente intrínseco da aprendizagem, por ser esta uma habilidade humana e social, não eletrônica ou apenas técnica. O desafio da aprendizagem reconstrutiva alimenta- se igualmente de certas linhas de pensamento do conhecimento pós-moderno, sobretudo no que se reporta à problemática da incerteza, da complexidade do real e da interdisciplinaridade. Ao contrário do ensino, que se esforça por repassar ?certezas? e que são reconfirmadas na ?prova?, a aprendizagem busca a necessária flexibilidade diante de uma realidade apenas relativamente formalizada, valorizando o contexto do erro e da dúvida: quem não erra, nem duvida, não pode aprender. Trata-se, pois, de uma visão mais dinâmica do processo de aprender, que combate, com veemência, a propensão instrucionista ainda existente, fixada no treinamento de fora para dentro e marcada pela idéia de ensino, cujas teorias estão presas ao como ensinar, e não, com o como aprender. Ainda se teima em desmerecer e desprezar a aprendizagem da e para a vida, sem os estereótipos da escola. Conserva-se o sentido forte da avaliação sistemática, entretanto, é através da aprendizagem da e para a vida que a avaliação deve ser considerada como sinônimo de aprendizagem e que, no fundo, é sua única razão de ser. Nessa concepção, inclui-se uma forte crítica à aula expositiva, geralmente distribuidora de ?certezas?, doutrinadora, instrutiva e de treinamento. Ainda que muitos professores esforcem- se por tentar que suas aulas aconteçam dentro de um ambiente participativo, a marca deixada é a de conhecimento imposto de fora para dentro e de cima para baixo e, o aluno, a rigor, não é, verdadeiramente,sujeito de sua própria história.. Já na visão reconstrutivista, a aprendizagem alimenta- se da dúvida e das incertezas, nutre-se da flexibilidade das indagações profundas, vê no saber pensar a dinâmica permanente de um movimento aproximativo que jamais se esgota em si mesmo, aprende a aprender. É preciso que se entenda, definitivamente que, não se pode questionar sem ser questionado, não se pode formar consciência crítica sem tê-la, não se pode avaliar sem ser avaliado. A coerência da crítica está na autocrítica, e é por isso que, quem sabe pensar, sabe, sobretudo, que sabe pouco. Aprender não significa acabar com as dúvidas, mas conviver criativamente com elas. O professor, não deve, jamais, "tirar dúvidas", mas fazer com que outras tantas surjam. O conhecimento faz parte de um processo dinâmico de questionamento permanente, não gerando respostas definitivas, mas perguntas inteligentes. O professor que tira dúvidas, inibe o aluno de aprender, pois impede que se realize o processo de saber pensar. E quem sabe pensar, não encontra coisas definitivas, mas harmoniza-se com a imprecisão da realidade e a precariedade da ciência. A formação da consciência crítica e criativa faz parte do saber pensar, que é, antes de tudo, saber desconfiar e desconstruir, ler a realidade com olhos bem abertos. De certa maneira, a aula tem a ver com aprendizagem, assim como o ensino tem a ver com educação. Ambos existem e se interconectam, mas é apenas o segundo termo que tem o real sentido educativo.









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