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O açougueiro e o cão adestrado: a importância da atuação do educador.
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Recebi via correio eletrônico, uma metáfora interessante criada pelo palestrante Ricardo Piovan, que aborda a importância da atuação do líder e, imediatamente me veio a idéia de utilizá-la para refletir sobre a relevância que tem para a ação educacional um professor que saiba reconhecer e considerar as atitudes apresentadas por seus alunos. A parábola em questão narra a história de um cachorro que, em certo momento, entrou em um açougue e o açougueiro o afugentou. Para seu espanto, logo em seguida, o cachorro voltou e ele foi novamente enxotá-lo, quando percebeu que ele trazia em sua boca um envelope. Admirado, o açougueiro pegou esse envelope e viu que dentro dele havia um bilhete e uma nota de R$ 50,00. Curioso, foi logo ler o que ali estava escrito e encontrou o seguinte pedido: poderia me mandar doze salsichas e uma perna de carneiro, por favor? Verificou que havia também dinheiro e, assim, embrulhou o que havia sido solicitado, pôs tudo em uma sacola de plástico junto com o troco e, em seguida, colocou a mesma na boca do cachorro. Como ficou fascinado com o que cachorro havia feito, decidiu segui-lo e, para aumentar ainda mais seu espanto, viu que o animal desceu a rua, parou em um cruzamento, deixou a sacola no chão, apertou o botão para fechar o sinal e esperou pacientemente o sinal fechar para então atravessar a rua, já com o saco de volta à boca. Em seguida, caminhou até um ponto de ônibus, olhou para a tabela de horário, sentou e passou a esperar aquele que deveria utilizar. Quando o primeiro ônibus parou, o cachorro foi até a frente para conferir o número e voltou para o seu lugar. Outro ônibus chegou, tornou a olhar e entrou. A essa altura, o açougueiro, completamente pasmo e boquiaberto, não teve dúvida: pegou o ônibus também. Em determinado momento, sem tirar as compras da boca, o cachorro se levantou e, com muito esforço, ergueu-se com as patas traseiras e puxou a cordinha para descer. O homem estava tão maravilhado com o cão que decidiu também descer e segui-lo. Viu quando este parou em frente a uma casa, colocou as compras no chão, afastou-se um pouco, correu e atirou-se de encontro à porta por várias vezes, sem conseguir abri-la. Foi então que, repentinamente, circundou a casa, pulou um muro baixo, foi até a janela e começou a bater com a cabeça no vidro por várias vezes. Retornou à porta da frente e sentou-se aguardando. Algum tempo se passou até que um homem enorme abrisse a porta e, para indignação do açougueiro, começou a surrar o cachorro. Não se conteve, foi em direção ao homenzarrão e lhe perguntou porque estava fazendo tal asneira, pois, conforme havia observado, seu cachorro era, no mínimo, um gênio! O dono do cão então lhe respondeu que ele não era e nem nunca seria um gênio porque esta já era a segunda vez em uma semana que o animal estúpido havia se ESQUECIDO de levar a chave! Pois bem, como o que aqui se deseja é estabelecer a correlação de tal metáfora com a prática pedagógica, a questão é a seguinte: quantos ?ditos? educadores, apesar de terem alunos que se sobressaem na maioria de suas tarefas, quando cometem um ?erro? ou ?esquecimento?, ao invés de usá-lo como plataforma para reconstrução do conhecimento, só fazem reforçar o erro cometido, fazendo uso de palavras e gestos reprovadores que acabam por desencadear nos aprendizes os prejudiciais processos de rejeição? E pior, muitas crianças e jovens acabam por abandonar a escola porque não se sentem acolhidos e bem aceitos, sendo alguns portadores de diferentes estigmas que, por incrível que possa parecer, foram seus próprios professores que lhes impuseram. Ter sensibilidade para tirar proveito de situações adversas deve ser um preceito que não deve ser, em momento algum, desconsiderado pelo educador em situações de aprendizagem.
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