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Os DESAFIOS DA ARQUITETURA EDUCACIONAL - I


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?A escola é um edifício com quatro paredes e o amanhã dentro dele.?
(George Bernard Shaw)

Construir uma escola comprometida com os fins educacionais não é tarefa fácil. Muitas escolas brasileiras e projetos educacionais faraônicos foram construídos com o objetivo de perpetuar o governante no poder. Tais escolas são peças de uma sórdida propaganda política que causa imensos problemas na prática pedagógica e na saúde de todos que trabalham no ambiente educacional.

Elas foram construídas para serem vistas pelo maior número possível de eleitores e a localização escolhida para atender às exigências da máquina política são as vias de intenso trânsito.

O barulho causado pelo trânsito implica em forçar a voz ao ponto de causar nos professores calos nas cordas vocais; irritabilidade e labirintite são outras doenças decorrentes da poluição sonora, além de uma triste sensação de impotência diante dos desafios que exigem a carreira docente, muitas vezes resultando em severos quadros depressivos. 


A escola matricula famílias, cada aluno tem com uma história de vida, ignorá-la é contribuir para o fortalecimento do fracasso escolar.

A presença na escola de assistentes sociais e psicopedogogos são fundamentais para o correto desenvolvimento afetivo e cognitivo do educando e permite que o corpo docente trabalhe com mais foco na formação e informação inerentes a sua disciplina.

O modelo que regeu a arquitetura escolar ocidental e ainda permanece foi inspirado no Panóptico, uma sociedade disciplinar sistematizada no controle social que é regido por vigiar, julgar e punir; o olho de Deus que tudo vê o tempo todo, tema profundamente estudado por Foucault.

Acredita-se que um ambiente escolar seguro e disciplinador é aquele que tem visibilidade máxima, onde todos sabem o que todos estão fazendo, é possível ter qualidade de vida num ambiente assim?

Em algumas instituições entra-se pela porta da frente e somente pode-se sair delas acompanhado com um responsável legal ou com a autorização da hierarquia maior, são elas: cadeias, hospitais, manicômios, quartéis e escolas. Elas são regidas pelo vigiar, julgar e punir; a vigilância é condição sine qua non para o sucesso castrador dessas instituições.

Os alunos também sofrem com a poluição sonora, ficam mais dispersivos e hiperativos, e aumenta o ódio por uma escola que não oferece condições dignas de aprendizagem.

Internamente o problema se agrava. Ao contratar arquitetos que desconhecem o cotidiano escolar e para otimizar a verba disponível, materiais de péssima qualidade são utilizados sem nenhuma preocupação com o isolamento acústico. Quadras foram construídas próximas das salas de aulas, laboratórios não seguem as mais elementares normas de segurança contra incêndios.

Diante dessa poluição sonora, fruto do descaso político, o educador vê-se na missão homérica de lutar contra os ruídos externos e internos para ser ouvido e motivar seus alunos.

Potencializam os problemas acústicos a superlotação das salas de aulas, fruto da falta de planejamento e políticas educacionais equivocadas. O papel aceita tudo, todo projeto pedagógico fica lindo no papel.

Existe o ?perpétuo culto ao ativo fixo?, às velharias do ensino público. São carteiras antigas e pesadas que foram construídas quando o adolescente brasileiro ainda tinha um corpo mirrado.
Numa classe com mais de quarenta adolescentes, que são altos e encorpados, consequência de um padrão de alimentação que melhorou muito nos últimos vinte anos, o mobiliário é inadequado, gera acidentes e irrita os alunos, pois eles não têm espaço para colocar as pernas!

Muitas carteiras antigas são fixas e impedem que o educador realize dinâmicas que exigem a adaptação do campo visual ao tema da aula.

São excelentes as carteiras que permitem articulações entre si, formando arranjos diversos para mudar a arquitetura interna da sala de aula, porém, com a superlotação, os fins pedagógicos desses mobiliários se perdem.

A ausência de cortinas e ventiladores; iluminação inadequada e sem manutenção; piso encardido, carteiras sujas e rabiscadas; mapas e livros velhos; espontaneísmo na prática educacional formam um cenário escolar desolador que é a consagração da apologia ao feio.

Velho e sábio ditado: ?A escola é a cara da direção!?.

Direção inteligente é aquela que fortalece e motiva sua equipe, sabe delegar e acompanhar as responsabilidades que delegou para os docentes, prontificando-se continuamente a tirar dúvidas e a encontrar soluções junto com o grupo.

Coordenadores pedagógicos atingem a excelência quando se propõem a acabar com as miniditaduras que ainda se perpetuam na escola; acreditam na inclusão e incentivam os professores a trazer o mundo da comunicação instantânea para a sala de aula regidos pela lógica do ?e?, nunca do ?ou?: internet e livros; TV a cabo e jornais impressos; noticiários radiofônicos e revistas semanais, assim, os alunos aprenderão que uma tecnologia não aniquila a outra.

Gestores educacionais éticos investem profilaticamente na qualidade de vida no trabalho; no constante aperfeiçoamento e atualização do corpo docente; eles conhecem a comunidade escolar e empenham-se em desenvolver projetos pedagógicos com participação de todos, delineando com transparência os limites e as responsabilidades de cada um, fortalecendo a cidadania e os ideais democráticos.

A escola tem que ser um lugar acolhedor para todos, capaz de transmitir os conhecimentos cultural e científico atualizados que serão úteis ao cotidiano do educando.
Uma arquitetura escolar comprometida com os fins educacionais deve ter elaborada com a participação de toda a comunidade acadêmica que nela viverão a maior parte de suas vidas.

Ela deverá permitir uma boa ventilação e iluminação natural. Estudos científicos comprovaram que a iluminação natural potencializa a aprendizagem e a memória.




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