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Desafios DA ARQUITETURA EDUCACIONAL - CONCLUSÃO


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A arquitetura interna da sala de aula, principalmente na educação infantil, deverá permitir que o aluno traga alguns objetos pessoais para que ele se veja naquele ambiente, que tenha algo de seu.

É lamentável os alunos entrarem numa sala de aula que está pronta, que não permite qualquer identificação.

A disposição das carteiras deverá ser alterada conforme o tema da aula ou atividades propostas; ajustando-se o campo visual, motiva-se a classe e facilita a disciplina.

É absurdo trabalhar temas como aborto, eutanásia, pena de morte, gravidez na adolescência com os alunos olhando um a nuca do outro. Que emoção nos passa a nuca alheia? Que tal olho no olho? O olhar é a janela d?alma.

Ambientes escolares seguros são aqueles em que seus administradores investem em manutenção preventiva, repudiam improvisações e só contratam mão-de-obra especializada.

Os espaços laboratório, biblioteca, sala de informática, cantina, quadras, entre outros, não têm uso inadequado, respeitam-se os fins para o qual foram projetados.

A CIPA escolar é atuante quando formada por membros que conhecem bem o cotidiano pedagógico, pois o olhar está treinado para a prevenção de acidentes.

Administradores competentes jamais realizam reformas durante o período escolar.

Arquitetos e engenheiros civis que se propõem a construir escolas deveriam conhecer os fundamentos da Psicologia Infantil e do Adolescente. Obrigatoriamente, eles deveriam participar do cotidiano escolar antes de realizar seus projetos, que mais estão comprometidos com seus egos do que com as necessidades e particularidades da comunidade pedagógica.

A Arquitetura escolar é um tema abrangente e desafiador, pois se articula com questões ideológicas e sócio-ambientais.

Destaco a concepção do arquiteto austríaco Richard Joseph Neutra (1892-1970), que deve ser referência para todos os envolvidos na construção de espaços pedagógicos.

Richard Neutra acreditava que a boa arquitetura reconcilia a humanidade com a natureza em uma dança exultante de interconexões - a natureza não é o outro, e sim nós mesmos.

Um ambiente bem projetado causa em seus moradores um impacto benéfico sobre a saúde geral do sistema nervoso humano, um bem-estar psicofisiológico, associando a forma arquitetônica à saúde geral.

As escolas projetadas por Richard Neutra possuem salas maiores que as convencionais, com pé direito mais alto e com um pátio individual funcionando como extensão do espaço interno.
A arquitetura escolar de Neutra favorece a interação entre alunos e professores.

Richard Neutra fez da arquitetura um meio para um novo projeto social questionando a imagem do edifício escolar e a forma como o aprendizado deveria acontecer, priorizando o contato com a natureza que é muito importante para a formação da criança.

A concepção arquitetônica de Richard Neutra visava erradicar as condições que conduziam à miséria. Utilizando uma arquitetura econômica e veloz, em apenas 14 meses foram construídos 250 edifícios, entre escolas, centros rurais, habitações e hospitais.

No século XX tivemos um hiper-renascimento: o triunfo das vacinas, transplantes; conquista do espaço sideral; internet, robótica e nanotecnologia, entre outros. Quais as consequências desse hiper-renascimento para a prática pedagógica?

Não somente a rede pública educacional tem mazelas estruturais e ideológicas. Inúmeras escolas da rede privada ficaram ?engessadas? pela tradição religiosa e perderam muitos alunos porque não perceberam que vivemos a era da Dromocracia Cybercultural; dromo significa velocidade e tem poder quem domina a tecnologia da velocidade.

Escolas católicas perderam 400 mil estudantes no período de 1996 a 2004, isto significa 44% do total dos alunos matriculados e oito escolas fechadas por ano!

O que os pais de alunos argumentaram é que muitas escolas católicas, que já foram modelo em ensino básico, não evoluíram em seus projetos pedagógicos. (Jornal ?O Estado de São Paulo?, 30 de novembro de 2006).

É muito triste uma escola falir, porém, mais deprimente é perpetuar a farsa de ensinar aos alunos o que eles nunca utilizarão em suas vidas.

Quem não re-significa os erros que cometeu no passado está condenado a repeti-los da pior forma possível. Considere.

Nelson Pascarelli Filho

Consultor Científico-Educacional. Conferencista. Escritor da FTD. 16 livros didáticos publicados e adotados em todo Brasil. Professor Titular da SME/ SP. Professor da Universidade São Judas ? Cursos de Extensão. Professor do Colégio Dante Alighieri para turmas em recuperação. Diretor da Pascarelli Sciens, consultoria fundada em parceria com alunos intelectualmente superdotados. Pedagogo, Filósofo, Bacharel em Psicologia, Psicanalista; Biólogo com pós-graduação em Microbiologia. Palestrante do Rotary Club, Sieeesp, Aprofem/Abitep, Ecoplan/Sinpeem, Sinpros; Sabesp, GPEC, Rede Marista de Ensino, Universidade Nove de Julho e diversas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação em todo o Brasil. Biografia incluída na Wikipédia em educadores brasileiros.

Contato para cursos: [email protected]



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