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Diálogo: um método de reflexao conjunta e observação compartilhada


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  A definição do termo diálogo vem da fusão das palavras gregas dia e logos (Dia significa ?por meio de? e Logos, razão). Dessa forma podemos dizer que diálogo é uma forma de fazer circular sentidos e significados, ou seja, as palavras circulam entre as pessoas sem necessariamente serem concordadas, discordadas, analisadas ou julgadas, pois apresentam a experiência imediata dos participantes. Tal experiência dialógica tem a função de ligar, ou seja, de formar redes.

O autor procura atualizar a definição de diálogo como sendo uma metodologia de conversação que busca a melhoria da comunicação entre os interlocutores, a observação compartilhada de experiências e a produção de percepções e idéias novas, cujo propósito é exercitar novos modos de ver e criar significados em conjunto. O diálogo passa a ser uma atividade cooperativa de reflexão e observação de experiências vividas. É uma metodologia que permite pessoas interagirem pensamentos compartilhando dados que surgem dessa interação sem procurar analisá-los ou julgá-los de imediato, pois objetivam produzir idéias novas com significados compartilhados.

Partindo desse princípio procura romper com os paradigmas dos modelos mentais impostos à séculos nas sociedades e suas respectivas culturas.

Os modelos mentais partem do principio do automatismo concordo-discordo que acontece devido a três características básicas ? fragmentação, imediatismo e super-simplificação ? que condiciona a cultura que agem como inibidores de possibilidades de descobrir novas capacidades de quem participa da conversação.

O diálogo tem por objetivo lidar com o tal automatismo, atenuando os condicionamentos afim de buscar alternativas à atitudes habituais possibilitando perceber e pensar sobre as mesmas questões porem de modo diferente a fim de  emergir idéias novas. A partir daí é que poderão ser avaliadas e julgadas implementando ações não rotineiras.

Na dinâmica da conversação nota-se uma sutil diferença entre dialogar e discutir/debater. No diálogo busca-se emergir idéias novas e significados novos e compartilhados. No discurso/debate procura-se conclusões e justificativas. Dessa forma não podemos dizer que um é melhor que o outro, porque há instantes que precisamos dialogar e outros que precisamos discutir/debater encontrando um equilíbrio entre os modelos mentais e o processo dialógico.

Com os modelos mentais adquirimos vícios condicionados que podem limitar o processo dialógico. Atitudes condicionadas de comparar, checar, controlar, julgar podem prejudicar ou mesmo impedir o diálogo. Tais atitudes nos fizeram acostumar a esperar de forma imediata por idéias prontas, o que não acontece no processo dialógico, onde somos levados a participar e a compreender.

Outro pressuposto vicioso é de que somos separados uns dos outros e do mundo. No processo dialógico deixamos as crenças impostas dando um passo importante para percebermo-nos parte do todo (da natureza e do mundo). Somos responsáveis pelo que construímos o que nos torna ao mesmo tempo autônomos e dependentes.

Dialogar é antes de tudo aprender a ouvir o outro sem interrupção seja para concordar ou discordar. O silêncio faz parte desse processo e através dele observamos e nos auto-observamos. Saber ouvir nos possibilita prestar atenção aos fenômenos que se apresentam, os quais podemos descrevê-los sem tentar explicá-los, respeitando as diferenças sem a influência das crenças e pressupostos, colocando-as em pé de igualdade sem delimitar o campo de observação e se colocando como participante do processo e não como mero observador.

Os modelos mentais nos condicionaram a procurar resultados imediatos o que nos mantém em posição defensiva quando confrontados ou em posição conformista quando concordados. Para romper com esses pressupostos é preciso que haja uma reflexão coletiva, onde sabemos que os outros conhecem mais nossos pressupostos que nós mesmos. Por isso é através do difícil processo de ouvir o outro que adquirimos uma aprendizagem coletiva que nos remete a resultados qualitativos.

Por fim, o autor disponibiliza os seguintes aspectos consideráveis dentro do processo dialógico:

1.  O ser humano é parte da natureza e do mundo e aqui inclui-se a mente humana.

2.  A realidade de cada individuo é a visão de mundo que ele adquiriu em suas experiências.

3.  É preciso ampliar a compreensão de mundo.

4.  Quanto maior for a diversidade dos pontos de vista maior e melhor será a qualidade dialógica.

5.  Encontrar o equilíbrio dialógico aumenta a possibilidade de crescimento da qualidade dialógica com significados e idéias novas e compartilhados. Por isso devemos observar quando estamos na defensiva (discordando de tudo) ou quando estamos nos acomodando (concordando com tudo). 

 




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