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Romanceiro da INCONFIDÊNCIA


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Segundo a autora Cecília Meireles, o poema " Romanceiro da Inconfidência" é uma ' narrativa rimada' que conta os episódios históricos ocorridos em Minas Gerais - atual Ouro Preto- no final do século XVIII. Funde realidade com ficção e história com lenda, utilizando a técnica dos romances populares portugueses. O fundo histórico corresponde ao movimento nativista brasileiro mais importante - a Inconfidência Mineira. A autora reconstitui a atmosfera vivida pelos inconfidentes, mostrando os seus dramas individuais; funde elementos líricos com os elementos épicos. Mantém as regras básicas dos romanceiros - a regularidade métrica. O texto recompõe quatro cenários da época: - Primeiro Cenário: - É o épico e lírico - relata o trabalho de mineração feito pelos desbravadores dos sertões; denuncia a cobiça que os move e a revelação do ouro, o causador de tanta opulência e mortes. Na sequência fala da figura de Felipe dos Santos, de João Fernandes o amante de Chica da Silva - ( que andor se atavia / naquela varanda?- É a Chica da Silva: - é a Chica-que-manda. ) E o ouro vai fazendo suas vítimas. A ex-escrava, figura lendária que viveu em Diamantina, que ganhou notoriedade graças à fortuna e a sua postura de amante do Contratador, até que João Fernandes é mandado de volta para Portugal. A recriação lírica da Arcádia com seus poetas e pastoral é o Segundo Cenário - O espírito liberal, o combate ao absolutismo português, as idéias de Independência. "Das Idéias" refere-se à atmosfera ideológica que envolveu a Inconfidência Mineira inspirada na Independência dos EEUU (1776) e da França (1789). Segue-se a narrativa da traição dos ideais - Joaquim Silvério dos Reis ( ai, que o traiçoeiro invejoso, / junta à ambições e astúcias ) e lá vai para a forca o pobre e menos poderoso. Na Fala aos Pusilâmines em tom apostrófico, o narrador se insurge contra os delatores, fracos de moral ( vede a pena como enrola / arabescos de volúpia; / entre as palavras sinistras / desta carta denúncia! ). No Terceiro Cenário temos a triste narrativa dos desdobramentos da tragédia da Inconfidência Mineira - morte de Cláudio Manuel da Costa; fala do romance Marília-Dirceu - ela Maria Joaquina Dorotéia, ele Tomaz Antonio Gonzaga que é condenado ao degredo para a África. Encerra este quadro com a narrativa triste do julgamento, condenação, silêncio e morte do Alferes Joaquim José da Silva Xavier - Tiradentes, e narra ainda a partilha dos bens dos condenados. O Quarto Cenário evoca o local onde viveu o poeta Tomáz Antonio Gonzaga, dos seus infortúnios, também degredado para a África, e do seu amigo Alvarenga Peixoto. Fala de Juliana Mascarenhas com quem Gonzaga casou na África. E para encerrar este quarto cenário, está presente a figura de D. Maria I - a Rainha louca - que vinte anos depois dos fatos ocorridos em Minas, vem morar no Brasil; estabelece um quadro lembrando que Bárbara Eliodora, esposa de Alvarenga Peixoto também enlouquecera e vivera pobre e abandonada pelas ruas, após o marido ser enviado para a África. O Romanceiro da Inconfidência pode ser considerado "poesia social", de caráter épico. A autora ressalta os fatos e as verdades íntimas dos homens; o egoísmo, a inveja, o poder, o desejo de mandar, a traição, a covardia, a corrupção, a intriga, etc. Eles revelam até que ponto um ser humano é capaz de ir diante do dilema: viver ou morrer. A glorificação dos personagens que deram a vida na construção de uma Nação livre e soberana - Brasil, é o toque patriótico que se desprende do poema. Através dessa narrativa rimada respiramos juntamente com os personagens o ar de uma época de riquezas - o ciclo do ouro - , os ideais de liberdade que os moviam , o sonhos e o amor.



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