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Guia de História da Arte. Guia de História da Arte Contemporânea
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EXPRESSIONISMO ABSTRACTO A II Guerra Mundial deixa rastos de violência e de angústia que se reflectem na arte. A pintura figurativa recebe a herança do EXPRESSIONISMO e do surrealismo, associando a aspereza de um à ambiguidade do outro. Todavia, é sobretudo na pintura não figurativa que o expressionismo e o surrealismo, conjugando-se, geram novas formas de arte, mais subversivas do que as vanguardas de que se reclamam. As sequelas da guerra influenciaram inevitavelmente a arte e tingiram-na de angústia e dor. Os artistas inspiram-se nos movimentos que se dedicaram a captar os aspectos mais sombrios da existência humana, ocultos ou manifestos. Por isso, o expressionismo e o surrealismo constituem uma espécie de retaguarda cultural comum, não só na Europa, onde esses dois movimentos tinham nascido, mas também na América, para onde emigraram inúmeros surrealistas, como Ernst, Masson, Miró ou Tanguy, onde encontraram um refúgio e a protecção de Peggy Guggenheim. A presença desses surrealistas nos EUA será determinante para o nascimento do expressionismo abstracto, que concilia o expressionismo e o surrealismo numa linguagem abstracta distante do lirismo de Kandinsky e carregada de fortes tensões emotivas. Logo a seguir à II Guerra Mundial, o espírito da vanguarda impõem-se em Nova-Iorque. Muitos artistas americanos, como Arshile GORKY, Man RAY,? aceitaram positivamente a validade das propostas dadaístas, surrealistas e abstraccionistas, contribuindo para o florescimento de uma vanguarda americana: o EXPRESSIONISMO ABSTRACTO, que abrange, em NY, duas correntes pictóricas. Uma, mais de acordo com os princípios do abstraccionismo histórico, tem como modelos as obras de Malevitch, Matisse, Mondrian e Kandinsky. Artistas como Mark ROTHKO e Clyfford STILL perseguem um ideal de pintura absoluta. Nos seus quadros a imagem torna-se acontecimento ritual, mágico, sagrado, retomando parâmetros de tipo esotérico, influências de técnicas místicas dos índios americanos e oriental. É uma arte que se torna metafísica, que se desmaterializa. O quadro é reduzido aos elementos mínimos da sua estrutura: tela, caixilho, a forma rectangular, o cromatismo simplificado. Rothko aplica camadas lentas de tinta para compor campos de cor ? colour fields ? de contornos esfumados, em que a definição cromática se torna incerta, depois de se ter expandido livremente. Assim, as telas de Rothko carregam-se de valores emotivos complexos que se exprimem apenas pela força das variações de cor. A outra corrente é representada pela action-painting (gestualismo), termo criado em 1952 pelo crítico americano Harold Rosenberg, que designa uma pintura não-descritiva, cujo tema é o próprio acto de pintar. O corpo do artista é que determina a tela. Influência também da linha e da cor. Os seus protagonistas são Jackson POLLOCK, Franz KLINE, Robert MOTHERWELL, Willem DE KOONING, Adolph GOTTLIEB? O movimento americano da action-painting constitui a ponta de diamante da vasta tendência internacional que virá a ser definida por ?arte informal?. É uma pintura plana (planimetria), uniforme, de grande formato, sem hierarquização de símbolos/partes. Manifestam indiferença pelo abstraccionismo europeu, desequilibrando de uma vez por todas, a distinção entre ?arte abstracta? e ?arte figurativa?. A action-painting retoma, o conceito central da teoria surrealista, ou seja, a definição de automatismo que André Breton elaborara entre 1924 e 1929. Utilizando as descobertas da psicanálise, o automatismo psíquico estabelece uma relação directa entre o inconsciente e o gesto criativo. Jackson Pollock recorreu a técnicas que favorecem a intervenção do acaso, executadas em condições psicológicas de uma vitalidade desenfreada, graças às quais a mão, o braço, todo o corpo de artista ?se esquecem? de depender da vontade e da mente e se libertam, numa espécie de furor sagrado, indiferente a qualquer decoro, a qualquer norma compositiva, a qualquer subtileza estética. A qualidade dos resultados obtidos nada retira a esta singular revelação do caos. Pollock costumava pintar em telas de grandes dimensões estendidas no chão, para estabelecer com elas um contacto mais envolvente. Andando à volta da tela e fazendo jorrar a tinta directamente de latas perfuradas ? donde a designação de dripping art -, Pollock renuncia à relação frontal com a obra, característica da pintura de cavalete, e instaura com a tela uma relação mais física. A técnica adoptada por Willem De KOONING é similar, os seus quadros apresentam, na maioria das vezes rostos de traços ambiguamente figurativos, uma espécie de vestígios oníricos ou mnemónicas de pulsões incontroladas, parcialmente inconscientes, deformados pela violência expressionista da técnica ? dripping (salpico) ? que investe contra eles, agredindo-os. Na série Women, o corpo feminino mantém-se identificável, apesar da desconstrução violenta das formas.
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