PUBLICIDADE

Página Principal : Cinema e Teatro


Um por dois, ou dois por um?


Publicidade



Filho da mãe do Spielberg! Pela primeira vez estou
xingando um cineasta que adoro porque me faz ver um filme por causa de
outro. Graças a ele, a dupla de diretor e roteirista Eastwood e Haggis
(parece firma de advocacia) se juntou à produtora Dreamworks para
contar duas versões de uma mesma história; a invasão da Ilha de Iwo
Jima. A versão japonesa e a vista pelos americanos, que usaram uma foto
como um dos emblemas de suas vitórias na II Guerra Mundial. O que
importa é que bem que poderiam fazer um filme de três horas em vez de
duas de dois... Talvez o efeito e o resultado fossem mais positivos.
Mas como todo mundo sabe que cabeça de produtor Hollywoodiano se liga
mesmo em qual casa em Orange County vai comprar com esse filme, então é
melhor nem questionar muito. O que importa é
que como dizem as críticas, a visão japonesa dos fatos é infinitamente
melhor como filme do que o ?americano? A Conquista da Honra, baseada
mais numa turnê de falsos heróis de guerra, bancada pelas forças
armadas com finalidade de angariar fundos. Como o título mesmo diz
(Cartas de Iwo Jima), a narrativa corre de acordo com os depoimentos de
comandantes, soldado dado às suas famílias durante o confronto que em
vez de quatro dias, durou quarenta. Mas é impossível hoje em dia pensar
em um filme sobre a Segunda guerra, com personagens japoneses, sem o
Toshiro Mifune ou dirigidos pelo Kurosawa. Eles sabiam dar o recado.
Não que Eastwood não saiba. Afinal ele revisou o western, o filme de
boxe e a biografia musical, (Imperdoáveis, Menina de Ouro e Bird,
respectivamente), mas não tem como não notar a influência direta do
Spielberg em enquadramentos e principalmente na fotografia quase sem
saturação nas cores que determinam uma geologia inóspita e capaz de
fazer todos os combatentes terem crises de desinteira. O
filme é carregado nas costas pela interpretação de Ken ?O último
samurai? Watanabe, o comandante das tropas, mas quem ganha a atenção da
platéia é o coadjuvante Ninomiya que faz o padeiro levado contra sua
própria vontade a uma guerra, dando a demonstração que os japoneses
entraram nessa de gaiato e se deram mal. Quem viu ?Tora Tora Tora? pode
confirmar. Não tem como não entrarmos na pele dele e torcer a cada vez
que a sorte (ou os deuses) o tira do fim iminente. Ele encarna o homem
comum que bem poderia estar em casa cuidando da família e da vida em
vez de ser apenas uma peça nas guerras que até hoje questionamos o
porquê das mesmas. O
filme é apontado como um novo clássico. Pode ser que o tempo diga sim.
Mas o próprio público americano, preguiçoso em ler legendas (o filme é
todo em japonês) resolveu dar esse tributo, indicando-o com o Oscar do
ano. Realmente é um bom filme. Mas sinceramente, sem Mifune e sem
Kurosawa fica difícil colocar num pedestal. Eles já estão lá por
direito há mais de 30 anos.


Veja mais em: Cinema e Teatro

Artigos Relacionados


- E Tudo O Vento Levou
- Sorte Nula: O Filme De Portugal
- Mas Que %$$# é Essa?
- Perdeu-se Na Tradução
- Owen Wilson Vai Atuar Em Novo Filme De Woody Allen
- O Império Do Sol
- Minha Vida Sem Mim


 
Sobre o site: Quem Somos |  Contato |  Ajuda
Sites Parceiros: Curiosidades |  Livros Grátis |  Resumo |  Frases e Citações |  Ciências Biológicas |  Jogos Online