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A última tentação de Cristo (The last temptation of Christ)


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A vida de Jesus, relatada com a honestidade e as dúvidas de quem não aceita passivamente as certezas de uma religião dogmática, são os ingredientes desta prova de fé. O ?Evangelho segundo Martin Scorsese? é uma visão pessoal que não pretende atacar ou brincar com matéria sagrada. Só pode ser entendido como blasfemo por aqueles que criaram uma imagem de Deus e dos Homens baseada na inflexibilidade, na falta de tolerância e numa fé cega. Não aceitar a dúvida para fortalecer uma ilusória segurança da verdade, é apanágio de todos os fundamentalismos.
Scorsese fala-nos acerca das batalhas da alma de um homem, que por acaso também era divino. Jesus (William Dafoe) é o filho de Deus, feito à semelhança do Homem, que foi enviado ao mundo para nos redimir dos nossos pecados. O ?Escolhido? não pediu para o ser, por isso procura resistir à evidência das vozes que o seguem com a rebeldia dos seus actos. Constrói as cruzes onde os judeus vão ser crucificados, para provar a si mesmo que não pode ser o Messias anunciado. Ele é homem, sendo nessa categoria que sofre as tentações inerentes à condição de ser vulnerável (o seu íntimo divide-se entre a graça e o pecado). Como jovem, Jesus vive assustado com as responsabilidades que lhe delegaram; sofre e procura adiar ao máximo a aceitação do destino traçado.
As personagens apresentadas por Scorsese são reais, sendo essa proximidade ao mundo terreno que as torna convincentes. Não procurou construir um quadro convencional, fiel aos relatos bíblicos, como por exemplo Zeffirelli fez em ?Jesus da Nazaré?, onde os protagonistas irradiam uma luminusidade artificial que as distância do nosso mundo, mas, ao invés disso, criou um Jesus feito à nossa imagem, em tudo o que isso significa, sem deixar de beber da natureza divina.
A vida de Cristo é uma batalha constante entre o seu lado humano, que quer viver e ser tentado, e o lado divino, que procura discernir a verdade das suas acções (uma dicotomia existencial que se procura conciliar dentro da mesma pessoa).
Na cruz, Jesus é tentado pela última vez quando o diabo, sob a forma de anjo, o convida a uma vida normal. Ao aceitar o engodo, Cristo liberta-se do martírio da cruz e da ressurreição para casar e constituir família. Maria Madalena (Barbara Hershey) vai casar com ele e, depois, Maria, mulher de Lázaro. Jesus tem filhos, vê a beleza da vida e envelhece. É então que compreende o erro que cometera. As pessoas necessitavam da sua morte para poderem expiar os seus pecados. Arrasta-se até à cruz e desperta a tempo de morrer na condição de Filho de Deus, ressuscitar ao terceiro dia e redimir os pecados da humanidade. Jesus envia um sorriso para o céu antes de fechar os olhos ? ?Está consumado?.
Judas (Harvey Keitel) é apresentado como um discípulo revolucionário de quem Cristo mais dependia emocionalmente e que, ao contrário dos outros discípulos, é uma figura forte e determinada. É o seu verdadeiro amigo que cumpre escrupulosamente a vontade do líder. Não é o traidor que vende Jesus, mas o intermediário escolhido por Ele para cumprir a vontade do Pai. Acredito que esta adulteração da ?palavra? bíblica possa ser controversa e ofensiva para o universo católico. Judas ?o bom?, em vez de ser o traidor, ostracizado pela Igreja por ter vendido o redentor por 30 dinheiros. Scorsese não o procurou reabilitar, apenas desejou conhecer as suas razões. O filme não tem pretensões de fazer ?lei?, mas apenas obrigar-nos a pensar sobre os intervenientes, despidos de qualquer auréola sobrenatural, deste episódio essencial para a criação dos alicerces da nossa Civilização.
?A última tentação de Cristo? conta com as participações de Harry Dean Stanton (Paulo) e David Bowie (Pôncio Pilatos). A música esteve a cargo de Peter Gabriel.
Tudo combina na perfeição para transformar esta obra cinematográfica num dos mais belos hinos aos corações crentes de todos nós. Ao realizar este pequeno milagre, Scorsese aproximou-nos mais de Cristo e do seu sofrimento. Dúvidastodos temos, Scorsese apresentou as dele porque a sua fé lho permite?


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