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O TEATRO PRIMITIVO


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O encanto mágico do teatro encontra-se na capacidade inesgotável do ator de apresentar-se ao público sem revelar sua identidade. A incorporação de outra pessoa é uma das maneiras arquetípicas da expressão humana. Existem formas teatrais desde a gênese do homem. Culturalmente, a diferença entre formas de teatro primitivo e as mais avançadas é o número de acessórios cênicos à disposição do ator para expressar sua mensagem. Conforme o mímico Marcel Marceau, a pantomina é a ?arte de identificar o homem com a natureza e com os elementos próximos de nós?. O corpo do ator torna-se um instrumento de transmissão de mensagens. A mímica pode ?criar a ilusão do tempo?, sendo a representação artística da expressão primitiva do teatro. Pode-se aprender sobre o teatro primitivo pesquisando em três fontes: na primeira, pode-se optar pelo estudo das tribos aborígenes que têm pouco contato com o resto do mundo e cujo estilo de vida e pantominas mágicas devem se aproximar do estágio primordial da humanidade; na segunda, pode-se analisar as pinturas das cavernas pré-históricas e entalhes em rochas e ossos; e, na terceira, pode-se interagir com as danças mímicas e costumes populares que sobrevivem mundo afora. Baseando-se nos objetos de aprendizagem dessas três fontes, verifica-se que o teatro dos povos primitivos assenta-se no alicerce dos impulsos vitais, primários, retirando deles seus misteriosos poderes de magia, conjuração e metamorfose. A forma e o conteúdo da expressão teatral são condicionados pelas necessidades da vida e pelas concepções religiosas. Dessas concepções, um indivíduo extrai forças elementares que o fazem transcender. Assim, a religião personifica os poderes da natureza, transformando-os em criaturas vivas e que podem ser influenciadas a favorecer o homem através de sacrifícios, orações, cerimônias e danças. A pré-história, a história da religião, a etnologia e o folclore oferecem um rico material sobre danças e festivais que carregam em si as sementes do teatro. O desenvolvimento e a harmonização do drama e do teatro, as auto-afirmações urbanas, por parte do sujeito, junto à superestrutura metafísica são condições para o florescimento teatral. O estudo das formas pré-históricas revela indícios que traçam o desenvolvimento da humanidade mediante o fenômeno do teatro. A forma da arte começa com a epifania do Deus e com o esforço humano para angariar o seu favorecimento e a sua ajuda. Utilizava acessórios exteriores, máscaras, figurinos e instrumentos de contra-regragem. Cenários e orquestras eram comuns, embora na sua forma mais simples. O teatro primitivo sobreviveu nas personificações da ?caçada selvagem? da Baixa Idade Média. Concebido e representado em termos zoomórficos, o panteão de espíritos das civilizações da caça sobrevive na máscara. Aquele que a usa perde a identidade. Ele está preso, ?possuído?, pelo espírito daquilo que personifica, e o público participam dessa transfiguração. Aromas inebriantes e ritmos estimulantes reforçam os efeitos da cena, uma encenação em que tanto aquele que atua como os espectadores escapam de si mesmos. Oscar Eberle escreve que o ?teatro primitivo é uma grande opera? ao ar livre. Em muitos casos, intensifica pela cena noturna irreal, na qual a luz das fogueiras ?bruxeleia? nos rostos dos ?demônios? dançarinos. O palco é uma área aberta de terra batida. Seus equipamentos podem incluir um totem fixo no centro, um feixe de lanças espetadas no chão, um animal abatido, um monte de trigo, milho, arroz ou cana-de-açúcar. Vestígios do teatro primitivo sobreviveram nos costumes populares, na dança em volta do mastro ou da fogueira de São João. Além da dança oral e do teatro de arena, também fez uso de procissões para suas celebrações rituais de magia. Diversas cerimônias místicas e mágicas estão envolvidas nos ritos de iniciação de muitos povos primitivos, nos costumes que ?rodeiam? a entrada da criança no convívio dos adultos. Em sua primeira participação no cerimonial, o neófito aprende o significado das máscaras, que são usadas numa peça com mímica, dos costumes, dos textos rituais e dos instrumentos musicais. Contam-lhe que negligenciar o mais ínfimo detalhe pode trazer incalculáveis desgraças a tribo inteira. Em todos os lugares e épocas o teatro incorporou tanto a bufonaria grotesca quanto à severidade ritual. Há elementos farsescos nas formas mais primitivas. Danças e pantominas de animais possuem uma tendência a priori para o cômico. No momento em que o culto dá uma tranqüilizada, o instinto da mímica provoca o riso. Situações e material eram tirados da vida cotidiana. A medida em que as sociedades tornavam-se mais organizadas, uma espécie de atuação profissional desenvolveu-se entre as várias sociedades primitivas: os ?troupes intinerantes?, cuja função era viajar de aldeia em aldeia a fim de divulgarem sua arte.


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