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Sete Lições Sobre Educação de Adultos


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Devemos considerar a palavra educação em um sentido mais amplo e não apenas no sentido clássico (restrito) que contempla a educação nas fases da infância e juvenil A educação diz respeito à existência humana em toda a sua duração e em todos os seus aspectos. Ela atua sobre o desenvolvimento do ser humano com a intenção de integrá-lo no modo de ser social vigente e de conduzi-lo a aceitar e buscar os fins coletivos.
O método pedagógico é função da cultura existente. O saber é o conjunto dos dados da cultura que se têm tornado socialmente conscientes e que a sociedade é capaz de expressar pela linguagem. Nas sociedades iletradas não existe saber graficamente conservado pela escrita e, contudo, há transmissão do saber pela prática social, pela via oral e, portanto, há educação.

A educação, através de seus vários mecanismos, busca desenvolver no indivíduo a capacidade de adaptação e de intervenção deste num determinado universo cultural. Ela é efetivada através de um conjunto de ações que procuram inserir nos indivíduos princípios, regras e habilidades de uma sociedade determinada, da qual eles são ou farão parte. Ela não é somente a escolar. E mesmo a escola não deixa de ser guiada por idéias, interesses, valores e razões de uma determinada época, conjuntura, grupo cultural ou financeiro.

O ato de educar é sempre intencional, não há educação que não seja pautada em valores. Além disso, não se pode pretender formar um homem sem um prévio conceito ideal de homem. A educação se concebe como um diálogo entre dois homens, na verdade entre dois educadores. Daí que a educação seja uma forma particular de responsabilidade da ação entre os homens, onde cada indivíduo é ao mesmo tempo sujeito e objeto.
A sociedade permeia as relações; de criação e transmissão de cultura, no qual consiste a educação é esta e ampliada à medida que a sociedade impõe que educador eduque enquanto o educado e pressionado a educar-se.
Quanto à forma não se restringe o método de transmissão do saber, mas sim, a maneira que proporcione que a grande parcela da população passe a etapa seguinte em seu processo de desenvolvimento. A finalidade da educação está subentendido no conteúdo e na forma como é executada, e visa à transformação do individuo e do seu mundo.

Ainda hoje a educação se contrapõe as interpretações da realidade brasileira tanto da elite brasileira quanto dos nossos intelectuais, essa forma ingênua na qual vê a educação como um ponto de partida absoluta, acredita que suas idéias vêm dela mesma, não provém da realidade, mas tem origem em idéias anteriores. O educando para essa concepção é visto como objeto, considerando-o ser passivo e massa ser a ser moldada pelo educador, desconhecendo que o jovem e adulto analfabeto são em um só tempo sabedor e desconhecedores porque trazem consigo uma bagagem cultural, no entanto não possuem uma instrução formal (escolarização).

Para que educação se concretize há se pensar sob ótica da concepção crítica que tem por finalidade agregar novos conhecimentos aqueles já existentes nesses indivíduos. A educação é uma aquisição retificadora corretora do saber, nela o homem se confunde com o meio e o trabalho. Dentro do pensar critico, educação é vista como sendo produto das relações do homem com o seu meio social concreto. É dessa relação social que emergem os desafios e os saberes a serem apreendidos e aprendidos pelos membros da sociedade.
A educação deve ser vista como um processo total, que inicia na infância e vai até a fase adulta. O que diferencia a educação da criança e do adulto é sim o saber adquirido pela experiência acumulada trazida pela educação informal. As diferentes modalidades e tipos de educação derivam dos diferentes graus do desenvolvimento fisiológico e psicológico e especialmente depende das possibilidades sociais.

Um adulto não deve ser condenado à condição de iletrado e educar as crianças enquanto seus pais continuam analfabetos. A educação de adulto é condição necessária para o avanço do processo educacional, infantil e juvenil dentro da sociedade. Deve-se pensar a educação de adultos uma atividade integrante e não complementar, pois o dever da sociedade é educar na infância.

A questão educacional não pode proceder de forma abstrata, imprecisa, genérica, desvinculada do contexto histórico-social e existencial do educando. Ao pensarmos educação, devemos antes de qualquer coisa compreendê-la a partir da concepção de homem que devemos formar. O conteúdo dessa educação deve emergir das condições materiais e existenciais das massas populares, e possuía uma visão positiva a respeito das massas populares, concebendo-as como construtoras do processo de desenvolvimento nacional. Existem lacunas ainda na educação pelo fato de que tradicionalmente os programas voltados à educação de adultos muitas vezes os tem tratado como crianças, utilizando materiais didáticos, metodologias e práticas que não condizem com as especificidades desta faixa etária. Nesse sentido, o ato de educar para o desenvolvimento não se reduz à transmissão de conteúdos particulares de conhecimento, nem tampouco o ensino de determinadas matérias; é muito mais do que isto, pois se trata de preparar o educando para um novo modo de pensar e de sentir a existência em face das condições sociais com que se defronta; é dar-lhe a consciência de sua constante relação com comunidade, país e mundo, e que todo o seu saber deve contribuir para o empenho coletivo de transformação da realidade.


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