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PAPÉIS AVULSOS. IN: MACHADO DE ASSIS: ROTEIRO DE CONSAGRAÇÃO (CRÍTICA EM VIDA DO AUTOR)


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O capítulo 20, intitulado ?Papéis avulsos", da obra ?Machado de Assis: roteiro da consagração, ( crítica em vida do autor)?, organizada por Ubiratan Machado traz a tona à crítica da época em que viveu Machado de Assis, sobre a obra Papéis Avulsos. Papéis Avulsos assinala o salto qualitativo de Machado de Assis no conto, correspondendo às Memórias Póstumas no romance. Editado por Lombaerts, em 1882, a obra foi acolhida com as notas e resenhas críticas de Araripe Júnior, Carlos de Laert, Xavier de Carvalho, Gama Rosa, Julio Dast, uma assinatura A., uma assinatura Turff e ainda, crítica não assinada. Para Xavier de Carvalho, a obra Papéis avulsos já havia sido lida e relida através da publicação dos jornais cotidianos, mas reunidas em volume ganharam unidade. Realçando tudo o que há de humano e de delicado no novo livro do Senhor Machado de Assis. Ele recomenda a leitura de ?O alienista?, ?O empréstimo? e ?Verba testamentária? que encantará pela exatidão dos detalhes e a finura de observação, pela vida nos quadros mundanos e populares, considerando essas características do verdadeiro realismo. Segundo Xavier de Carvalho, Machado não pertencia a nenhuma escola, lembrando Baudelaire e Daudet, não havia etiqueta para Machado porque ele era ele mesmo na sua originalidade. Conforme Gama Rosa, os Papéis avulsos são uma continuidade das Memórias Póstumas de Brás Cubas, pelo maneirismo, pessimismo, ar sarcástico, cético, desilusão de tudo e de todos, pelas revelações apocalípticas, pelos sentidos obscuros e ambíguos, o humorismo doentio, o espírito enigmático, desconhecendo nas Memórias e nos Papéis avulsos o poeta lírico e o escritor romântico de outrora, sendo esses, traços adquiridos pela individualidade do escritor, que vê na sociedade o que há de mais infame e o que a contamina como é o caso dos tipos humanos. Compara a filosofia triste a Schopenhauer, tendo Machado conseguido superar as condições socialmente desfavoráveis, como a falta de leitores, adquirindo a ferocidade do animal acuado. Em nota emitida em 15 de novembro de 1882, no Rio de Janeiro, n´A Estação, sem assinatura, diz-se dos Papéis avulsos ser uma fecunda renovação do autor das Crisálidas, transformando-se o Machadinho de 1860 num escritor poderoso e sóbrio, perscrutador, original e moderno, datando essa transformação a partir das Memórias Póstumas, concluindo a análise enfatizando a união do engenho e da arte, como característica das obras-primas. Sílvio Romero é o único a discordasr das idéias anteriores, denominando Machado de Assis de enganador que perverte a mocidade e não tem cultura escolarizada para defender o próprio pensamento ou tomar partido em qualquer assunto, colocando-o numa faixa de escritores que não teve êxito no romantismo e que também não apresentava nada próprio ao realismo. Bem percebe-se que Sílvio Romero estava equivocado.


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