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Poema EM PROSA


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  POEMA EM PROSA - Afirmou Aristóteles que não era o metro que caracterizava a poesia; Homero e Empédocles se haviam utilizado do verso, mas o primeiro era poeta, o segundo filósofo; por outro lado, reconhecia em Empédocles um " estilo de poeta". Platão teve um estilo que se situava, segundo Diógenes Laércio, entre a poesia e a prosa. Reconhecia-se, portanto, que havia um "estilo" poético, o qual se podia realizar tanto em poesia como em prosa. Tentou-se modernamente, com base em afirmativas similares de Aristóteles, Dionísio de Halicarnasso e Estrabão, construir epopéias em prosa, como foi o caso de Les Martyrs, de Chateaubriand, o qual se apoiava também no precedente de Fénelon, cujo livro Les Aventures de Télémaque foi recebido como poema no século de Luís XIV apesar de escrito em prosa. Com a proclamação da superfluidade do metro suscitou-se também o problema da "prosa poética", isto é, da linguagem figurada, a demonstrar labor, e mais recentemente, do "poema em prosa". Admite-se que este haja adquirido autonomia, na França, com Aloysius Bertrand, cujo Gaspard de Ia Nuit (1842) são "fantasias à maneira de Rembrandt e de CaIlot", pequenos quadros nos quais o A. admitia que houvesse talvez processos novos de harmonia e de cor. A seguir veio Baudelaire, que procurou "aplicar à descrição da vida moderna, ou antes de uma vida moderna e mais abstrata, o processo que ele (Bertrand) havia aplicado à pintura da vida antiga, tão estranhamente pitoresca". Rimbaud, com Les Illuminations, e Isidore Ducasse, com Les Chants de Maldoror, são também figuras consideráveis do poema em prosa francês, cujos prece? dentes mais nítidos são encontráveis nas Chansons Madécasses (1787), de Évariste Parny.

No Brasil, a prosa poética é reconhecível nas "Meditações" de  Gonçalves Dias, inspiradas pela prosa bíblica de Lamennais, em partes do Livro de Pra Gondicârio, de  Álvares de Azevedo, em páginas de Fagundes Varela e outros. Como poemas (épicos) extensos e íntegros podem ser tomados a  Iracema e o Ubirajara de José de Alencar. Volume de poemas em prosa, isto é, de pequenas peças líricas, são as Canções sem Metro, de  Raul Pompéia, que parecem ter sido o livro brasileiro que iniciou definidamente o gênero. Cruz e Sousa, com Missal e Evocações, é exemplo simbolista, sendo o poema em prosa encontrável em poetas modernos como  Manuel Bandeira ("Tragédia Brasileira"). Vários membros da "geração de 45", o praticam, bastando' citar os casos de  José Paulo Moreira da Fonseca (Breves Memórias de Alexandros Apollonios), Ledo Ivo ("Além do Passaporte", de Estação Central),  PéricIes Eugênio da Silva Ramos ("O Aprendiz de Poeta", de Lua de Ontem). Em nossa poesia encontram-se ainda prosimetrias, segundo a tradição medieval do texto parte em prosa, parte em verso. A "Ode da Comunhão dos Santos", de Jorge de Lima, e o "Sermão na Catedral", de Péricles Eugênio da Silva Ramos, são prosimetrias, i. e., poemas em prosa, no primeiro dos quais se intercalam versos, o segundo terminando em versos. O poema em prosa difere da prosa poética nisso que é limitado, ao passo que a prosa poética se dispersa em textos maiores de prosa simples. Também  Vale a intenção do autor, de fazer ou não poema em prosa: as Sinfonias de  Coelho Neto foram por este consideradas contos;  Rubem Braga toma eventuais poemas em prosa como crônicas, etc. 

 




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