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Murilo MENDES


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Murilo Mendes Monteiro nasceu em 13/5/1901, Juiz de Fora, MG e faleceu em 14/8/1975, Lisboa, Portugal. Fez, na cidade natal, estudos primários e secundários, que continuou em Niterói, mas logo interrompeu. Instalou-se no Rio em 1920; funcionário do Ministério da Fazenda até 1925, do Banco Mercantil até 1929, e de cartório. Colaborou nas revistas Terra Roxa e Antropofagia, de S. Paulo, e estreou em 1930 com o volume Poemas, que lhe valeu o Prêmio da Fundação "Graça Aranha". Casado com a poetisa Maria da Saudade Cortesão, viajou pela Europa de 1953 a 1955 e desde 1957 se encontrava em Roma como professor de estudos brasileiros.

Quando surgiram, Poemas ostentavam uma novidade, consubstanciada não nas piadas em verso, mas na forte confusão de tempos, formas, planos; nesse mundo semi-onírico, realidade e super-realidade interpenetram-se e baralham-se, a ponto de o próprio poeta definir-se:

"Sou a luta entre um homem acabado / e um outro homem que está andando no ar." M. M" conforme sempre declarou, sofreu a influência de Ismael Néri, que o converteu ao Catolicismo e que pregava o " essencialismo", assim definido por * Manuel Bandeira: "o homem deve sempre procurar eliminar os supérfluos que prejudicam sempre a essência a conhecer: a essência do homem e das coisas só pode ser atingida mediante a abstração do espaço e do tempo, pois a localização num momento cortaria uma das condições da vida, que é o movimento". Essa teoria, conjugada ao Surrealismo, mais à natural liberdade trazida pelo Modernismo, explicaria a dicção de Murilo, cuja poesia é à mais perfeita fusão de linguagem coloquial e literária de que há exemplo no Brasil: ambas se interpenetram expressivas, sem o menor contraste de qualidade. Em Poemas estão prefiguradas as tendências que o poeta exploraria depois, em volumes sucessivos.

História do Brasil (1932) é um livro de sátiras e poemas-piadas, que põe a nu os ridículos de nossos fastos. Em Tempo e Eternidade (1935), livro de parceria com * Jorge de Lima, M. pratica uma poesia confessional ou dirigida à Musa, de expressão solene, eloqüente, por vezes quase litúrgica. A bipartição entre Deus e a Musa poria A Poesia em Pânico (1938), pois a Igreja lhe disputa o amor da Musa. Esta vence e recolhe o amor que deveria ser consagrado à Igreja; mas o poeta fica em pânico, a identificar mulher e pecado, segundo a linha que vem da Tentação e da Queda. O Visionário (1941), que desenvolve algumas diretrizes de Poemas, com ainda maior confusão de tempos e formas, de coisas e alucinações, é um dos livros mais representativos da segunda fase de nosso Modernismo; não se parece a nenhum outro de nenhum outro autor, mas é um M. veemente e condensado. As Metamorfoses (1944) são repassadas pela amargura da vida, num mundo tiranizado pela guerra, injusto e sangrento, em que os homens fazem a parte de Caim uns contra os outros. Só a bondade, isto é, a poesia, o poderá salvar. Mundo Enigma (1945) traz, como novidade na obra muriliana, a nota do amor não desesperado, mas suave, e a introdução, na poesia lírica, de um conceito conclusivo, como se se tratasse de "moral da história". Poesia Liberdade (1947) é um livro no qual se reflete, como nAs Metamorfoses, a amargura suscitada pela guerra, ditadores e injustiças que trucidavam o mundo conflagrado. Deseja o poeta a comunhão dos homens e dos povos. Contemplação de Ouro Preto (1954) é uma procura de ordenação pelo poeta, que cultiva o * decassílabo, o * alexandrino e outros metros: reporta-se o livro às velhas cidades de Minas, com sua atmosfera de endoenças. De . 1959 datam Poesias (1925-1955), reunião dos livros anteriores, com sua atmosfera de endoenças. De 1959 datam Poesias (1925-1955), reunião dos livros anteriores, exclusão de História do Brasil e inclusão de livros inéditos ou novos, como Bumba-meu-Poeta (1930), Sonetos Brancos (1946-1948), Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954-1955). Posteriormente viria a lume Tempo Espanhol (1950), como Siciliana resultante das viagens do poeta.

OBRAS DO AUTOR: Prosa: O Discípulo de Emaús, 1944. Poesia: A Idade do Serro te, 1968; Convergência, 1970; Poliedro, 1972; Ipotesi (poemas italianos, vol. inicial de uma série de dez que reúne inéditos do autor), 1977.



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