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Das utopias ao mercado


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Néstor Garcia Canclini é reconhecidamente discípulo de Mikhail Bakhtin, que defende noções já antológicas, tais como ?carnaval? e ?polifonia? no romance dialógico. Em ?Das utopias ao mercado?, esse autor traz a questão do museu como uma das instâncias de legitimação da arte e da cultura, como é fio condutor da obra da qual esse ensaio faz parte: Culturas híbridas; estratégias para entrar e sair da modernidade (trad. Ana Regina Lessa e Heloísa Pezza Cintrão. São Paulo: EDUSP, 1998. p. 31-66).

?Das utopias ao mercado? faz parte de certa postura da contemporaneidade em reconhecer que a autonomia da arte tem sido condicionada por fatores não-estéticos. Ao passar pelos quatro movimentos fundamentais que constituem a modernidade: um projeto emancipador, um projeto expansionista, um projeto renovador e um projeto democratizador, Canclini aponta conflitos entre eles. Daí a consequente crítica feita a alguns teóricos e historiadores que exaltam a autonomia da arte, mas que, ao também exaltarem as práticas do mercado e da comunicação massiva ? incluídos aí os museus ? estimulam a dependência dos bens estéticos de dinâmicas extra-estéticas. O autor também demonstra como as vanguardas levaram ao extremo a busca de autonomia na arte, com fracassos coletivos e pessoais, que poderiam ser colocados como exemplo máximo das contradições entre os projetos modernos.

A partir daí, Canclini propõe um caminho antropológico, baseado no saber que essa disciplina pensou sobre o ritual, para problematizar ? a partir do fracasso da arte de vanguarda ? o declínio do projeto moderno. Estabelece-se o que Octavio Paz chama de ?a tradição da ruptura?. Ou a restituição do rito sem mitos, quando a arte se torna, antes de mais nada, um campo privilegiado de investimentos. Talvez por isso a dificuldade de historiadores e críticos para evitar falar de forma elitista da cultura moderna quando se defrontam com a diferença entre o ingênuo e o popular. Finalmente, nas palavras do próprio autor: ?o ?outro? do mesmo sistema é mais poderoso que a alteridade de culturas distantes, já submetidas econômica e politicamente, e também mais forte que a diferença dos subalternos ou marginais na própria sociedade?.




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