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O Que É a Europa - A Europa Como Grandeza Histórica
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A Europa é a memória das suas ocorrências, o inventário das suas sobrevivências acrescentada da constante procura de sentido delas e da controvérsia que uma tal preocupação sempre envolve. A Europa é a constante cristalização de uma experiência histórica, porque, desde sempre, tomou como ponto de partida pensar-se como tal. A Europa envolve a combinação experimentada, teorizada e trazida ao quotidiano pelo cristianismo, da combinação entre o poder ser e o ser, a que o conceito de bem e o sobrenatural componente garantiram uma busca de racionalidade com sentido que se tornou o seu norte essencial e que constantemente verificamos ser impossível suprimir. A Europa é uma realidade que nunca está completa, que se explora e manifesta, nessa ligação sempre nova entre o poder ser e o ser, a que a racionalidade do homem dá capacidade de harmonia e força indispensável de convergência, acessível mas ponderada. A Europa começou por tomar forma primeiramente em termos políticos, através do império Romano, seguidamente em molde religiosos, com o declínio do Império. As invasões que se seguiram foram afinal a expressão do esgotamento rápido dos processos de unificação quando esses assentam só em bases administrativas, políticas e militares e se alteram as condições tecnológicas. Foi com algumas transformações sociais e produtoras (originadas pelo progresso tecnológico nas práticas agrícolas), unificadas por uma mesma mensagem espiritual, cristã e da unidade do homem, da racionalidade do mundo e da permanente providência divina, que a grande herança da civilização cristã se tornou capaz de ser entendida e praticada no conjunto da Europa ocidental, agora socialmente convergente. O grande portador cultural dessa unidade de civilização foi a Igreja, que criou também a instituição destinada à transmissão do conhecimento: a Universidade. Assim, entre os séculos deu-se uma segunda criação da Europa (Europa Norte-Sul) soba pressão fortíssima e decisiva do cristianismo, que uma unidade espiritual. A unidade da Europa exprimiu-se nessa convergência espiritual e doutrinária, mas nunca como uma unidade político-administrativa. A expressão desta unidade começou por ser, portanto, a teocracia cristã, mas prosseguiu no aprofundamento das comunidades de cultura, comas Universidades, o humanismo, um modelo absoluto para se voltar para o direito absoluto à diversidade dos modos, de pessoa e sociedade, já que mantinha-se a diversidade dos interesses locais, dos costumes, da língua, das formas políticas, da criação literária e artística, as exigências de pensamento, a criação de aristocracias regionais. Na cultura europeia, as sociedades que se constituíram e mantiveram chegaram à ideia de que a diversidade não é incompatível com a unidade do humano. Assim, quer pelas propostas desenvolvidas pelas civilizações desta área, quer pelo sentido da convergência histórica possível forneceram um largo campo para a formação de uma memória e de uma experiência comum, para além do que era específico às comunidades. Quando, em virtude de sucessivos avanços tecnológicos e de condições históricas específicas, a Europa veio a Ocidente explorar um caminho que era a descoberta de novos mundos, colocou-se a questão fundamental: a evangelização. A aceitação da escravatura, a menor intervenção da exigência de justiça nas sociedades humanas, o esquecimentos dos princípios fundamentais do amor ao próximo fez com que na África e na América as cobiças e as vantagens imediatas da desigualdade tivessem tornado, durante séculos, difícil a presença da mensagem cristã. Quando o Iluminismo se constitui como nova proposta global de sociedade e de pensamento o seu triunfo foi, decerto, uma advertência indispensável à experiência histórica da Europa para a necessidade a que todas as culturas estão sujeitas de terem de existir em constante renovação. Nos dois últimos séculos, é da economia industrial que provêm as mais graves distorções da pessoa humano, tanto no plano pessoal como social. Dele partem viabilidades de toda a ordem, assim como o desequilíbrio político e militar que tem caracterizado estes dois últimos séculos. No fenómeno industrial encontram-se as causas da perda do sentido espiritual da vida e da pessoa humana. O mundo ocidental verificou que a subida do nível de mercado é uma condição de progresso, de desenvolvimento. E será mesmo a melhor forma de enfrentar o risco da injustiça que o preço que ela acarreta para a vida social se for acompanhado e vigiado pelas grandes aquisições da cultura, e da convivência social que tem milhares de anos de verificação: a justiça social, a tentação de poder, o amor ao próximo, o primado do amor, a esperança e a certeza na unidade e na convergência do humano.
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