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Entre a ciência e a sapiência ? O dilema da educação


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Morrer faz parte do ciclo humano. No entanto, mais que bens materiais, quando deixamos de existir fisicamente, podemos deixar na terra nossos ideais. Se durante a vida conseguirmos plantar nossas idéias, perceberemos que outros continuarão com nossos sonhos, tornando-os um dia realidade.
Precisamos disseminar nossos saberes. Assim como o autor comenta no primeiro capítulo, não os saberes das ciências que podem ser encontrados em livros de todo o mundo, mas sim, os nossos saberes, nossos próprios pensamentos. Semelhante ao que Rubem Alves está fazendo através desta obra, ele está plantando sua paixão pela educação em todos os leitores, ?buscando discípulos para plantar as esperanças?.
Mas, é muito difícil uma pessoa conseguir plantar suas idéias. É preciso ?seduzir? para convencer que alguma coisa é realmente boa. Estudar é desestimulante. Os alunos aprendem fórmulas mirabolantes e nem sequer sabem aplica-las no dia-a-dia. Os educandos acabam não visualizando uma lógica nos estudos. Exatamente como Rubem Alves comenta em sua obra, ?por mais que a ciência e suas pesquisas provem e comprovem a veracidade dos cálculos e teorias, ela não sabe como fazer o homem amar?. Somente a beleza da imagem, o sonho é que tem o poder de persuasão.
A televisão conseguiria com suas imagens, promover o que as escolas não conseguem com seus estudos, que seria a criação de ideais e projetos de vida na mente dos estudantes. Os meios de comunicação criam sonhos, e a educação das escolas brasileiras não. Os saberes científicos das escolas não conseguem mostrar o que a vida tem de bom, enquanto as imagens e sons atingem o interior do homem.
Rubem Alves faz uma analogia perfeita: ?um exemplo são os viciados em cigarros, a beleza e a liberdade expressada na maioria das propagandas, parecerem apagar todo o mal que ele causa?. Ou seja, por mais que a ciência esteja correta, é a imagem que seduz. A ciência sabe fazer o homem chegar na lua, mas, não sabe fazer o homem sonhar. Ninguém deixa de fumar por causa das advertências do Ministério da Saúde. A verdade não faz com que os homens sonhem com o paraíso.
Sem dúvidas, o grande problema do atual sistema educacional são os próprios professores e o método de ensino. Educar é uma arte! Para ser professor é precisa ter dom. É saber ensinar sem ter aprendido a pedagogia. Se os professores mudassem essa idéia de passar somente conhecimentos científicos e fizessem os alunos pensarem por conta própria, ou seja, ver os estudos científicos e analisa-los, julga-los ao seu ponto de vista, formaria estudantes, pessoas que pensam por conta própria. O conhecimento cientifico faz com que um aluno aprenda a fazer uma casa, mas, não faz com que ele tenha vontade, de construí-la.
O excesso de leitura pode tornar uma pessoa ?burra?, afinal, ela só pensa pelo que lê, acaba não tendo um raciocínio próprio. O erro é das escolas, que deveriam ensinar aos alunos como buscar o conhecimento e não simplesmente empurrar um conteúdo programado, excluindo os pensamentos e opiniões dos estudantes. Obrigando a permanecerem na escola, sem perceberem que o ensino não é medido pelo número de horas, mas pelo aproveitamento. Ficar sentado quatro horas diante de um professor, não é sinônimo de aprendizado. A produtividade é mais importante que a quantidade.
Os textos científicos deixam os acadêmicos incapazes de lerem literatura e de verem o mundo real. Porque para a ciência, tudo precisa ser medido e comprovado. As pessoas acreditam que é preciso buscar o saber. Saber para escrever artigos em revistas internacionais, pois assim, ficará comprovado que sabem. Usando uma analogia, é como se sua avó, não soubesse fazer o bolo que ela faz há anos, somente porque não está registrado em uma publicação científica.
A ciência só aceita o que ela conhece. ?Quando a vaca, diante do suculento bife, declara de forma definitiva que aquilo não é comida, ela está em erro. Falta, à sua afirmação, senso crítico. Deveria ser: Isso não é comida para o meuestomago?. Assim, quando a ciência diz ?isso não é cientifico?, é preciso ter em mente que, para muitos outros estômagos, aquilo é comida, comida boa, gostosa, que dá vida, que dá sabedoria.
Para a ciência tudo precisa de um método, se não tiver, não é científico. Mas, para ter boas idéias não existem métodos, elas simplesmente aparecem. A obsessão com o método dificulta o caminho das boas idéias. A ciência é boa, mas, pode provocar emburrecimento por causa de sua cegueira. É o que acontece com as pessoas que se dedicam exclusivamente a uma atividade. Elas se afastam dos demais, e nada sabem das outras coisas do mundo. A tal da área de especialização é uma caverna para quem se dedica a ser um mestre na área escolhida.
A ciência sabe produzir objetos iguais, mas, não sabe provocar as mesmas reações em diferentes pessoas. Não há receita para a repetição de um sentimento. O gosto não pode ser explicado ou ensinado. Por exemplo, não existem palavras para expressar o sabor de uma comida e a lembrança de algo que ela trás. Mas, isso é extremamente real. Não é cientifico, mas, é real. Também pode ser real a afirmação de que o universo esteja destinado à morte. Mas, existe uma forma de continuarmos vivos. Se passarmos nossas idéias as outras pessoas ou se deixarmos armazenadas nos discos rígidos dos computadores elas poderão perdurar para a eternidade.


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