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Zaratustra: Tragédia Nietzschiana


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Roberto Machado quer mostrar com este trabalho que o livro Assim Falou Zaratustra (1883-85) de Nietzsche é uma tragédia. Que Nietzsche privilegia neste texto a arte trágica em detrimento da racionalidade sistemática e conceitual para cantando ensinar uma nova forma de fazer filosofia. Apoiando-se no texto Tentativa de Autocrítica (1886), portanto posterior ao Zaratustra, o filósofo alemão já maduro comenta sua obra de juventude, O Nascimento da Tragédia (1872) e a considera uma obra difícil, estranha e impossível. Ela pretende ser uma crítica total da razão feita a partir da razão. Por isso Roberto Machado se orienta neste sentido ao rever em O Nascimento da Tragédia os caminhos já apontados por Nietzsche para sua mais radical tentativa de criar uma filosofia trágica. Se O Nascimento da Tragédia tem como objetivo criticar a racionalidade conceitual da filosofia de Sócrates e Platão e apresentar a arte trágica como alternativa à racionalidade, existe uma incompatibilidade entre o conteúdo da denúncia e a linguagem em que ela é formulada. Em seu Zaratustra Nietzsche pretende realizar essa adequação entre conteúdo e expressão, propõe uma teoria filosófica em uma linguagem narrativa, dramática, poética. Em vez de uma teoria da tragédia, uma tragédia, no sentido da apresentação do aprendizado trágico de Zaratustra. Aprendizado trágico sim, pois na obra Zaratustra é apresentado em evolução. O personagem não está feito e imutável, mas sim, é apresentado como um ser que evolui e se transforma, que é educado pela vida. O caminho pelo qual Zaratustra se torna o que é. Sua doutrina desenvolve-se na medida em que ele cresce. Despontando como um herói apolíneo para em seguida percorrer o caminho do sofrimento em seus triunfos mais dolorosos, Zaratustra reflete a finalidade da tragédia: exibir os sofrimentos do herói para produzir alegria. Roberto Machado irá definir o personagem central da obra como um herói a princípio fundamentalmente apolíneo que, no final de um processo de aprendizado, em que deve enfrentar o niilismo em suas várias formas, assume seu destino trágico, isto é, diz sim à vida como ela é, sem introduzir oposição de valores, afirmando poeticamente seu eterno retorno. Desta forma Assim Falou Zaratustra é uma obra que não quer corrigir a existência, como pretende a metafísica racional combatida pelo seu autor, mas que justifica essa mesma existência transfigurando-a pela experiência trágica. Roberto Machado compreendeu bem seu sentido e comunica-o de forma leve e profunda, como nas palavras de Nietzsche, deve se exprimir um ?filósofo-bailarino?.


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