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Ciência E PODER


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A Ciência como instrumento do Estado

Na sociedade contemporânea cada vez mais a ciência demonstra seu poder de sanar problemas. Mas, a mesma ciência que sinaliza eficácia nas soluções de problemas é forçada a criar outros, para sua própria sobrevivência, quem sabe?!

A ciência utiliza-se do conhecimento como instrumento para demonstrar a ?verdade? e como meio de diminuição das distâncias entre as pessoas, sem falar na redução das doenças que trouxe também à tona a revolução industrial, revelando os segredos da natureza, conquistando, enfim, a liberdade de investigação.

Entretanto, diante de tantas benesses, há também: a miséria trazida pelos avanços científicos que não tem a preocupação de elastecer os benefícios para toda sociedade de forma igual. É meio dicotômico, mas em meio à abundância, existe a miséria, a carência, doenças que ainda matam os pobres, que não gozam dessa ?maravilha? científica.

Essa relação de ciência e poder traz conseqüências terríveis para sociedade, a partir do momento que o Estado tem o controle e a utiliza como instrumento de manipulação para sobrepor a outros povos, como aconteceu num período histórico que se utilizaram desse mesmo conhecimento para justificar a superioridade cultural de um povo; prevalecendo a idéia etnocêntrica. Submetendo esse povo dito inferior as suas leis; ferindo o espírito democrático do conhecimento que deve pertencer às pessoas, a sociedade como um todo e não como instrumento de manipulação de um grupo ou Estado, ou seja, daquele que possui maior poder aquisitivo.

Na fala configura-se de forma substancial o poder da ciência, que leva uma sociedade inteira a acreditar num conhecimento científico que beneficia alguns grupos ou grupo dessa sociedade, que se apoderam de argumentos para justificar interesses próprios ou até mesmo de um governo que se utiliza de meios para justificar seus fins, ficando evidenciado que os interesses ?políticos? são numa proporção maior que os interesses científicos, divergindo assim dos interesses da sociedade.

É evidenciado, portanto, no texto ciência e poder, a questão da ciência e tecnologia como dois fatores imprescindíveis na organização da sociedade contemporânea. Mas essa mesma ciência está atrelada à relação de poder, a partir do momento que esse saber científico é determinante na tomada de decisão, seja de ordem política ou ética. Entretanto, na decisão política, a linguagem comum pode designar de acordo ao interesse do poder.

Diante do exposto torna-se perceptível à funcionalidade da sociedade que potencializa o poder da ciência, a partir do momento que a racionalidade científica determina o que é científico e o que não é científico. Como diz Rubem Alves no seu livro, o que é científico? Onde diz que só é real aquilo que é pescado com a rede da ?confraria do cientista? tudo que foge dessa rede não é ciência; portanto, não é real; não foi produzido por um método. Contudo não se pode negar que o conhecimento trazido pela ciência serviu para reduzir distancias, doenças, como também, para compreender melhor a natureza. A ciência vista como instrumento para a descoberta da ?verdade?.

Mas não se pode atribuir à ciência as mazelas da sociedade que são conseqüências não da ciência em si, mas do seu mau uso ou até mesmo da sua má empregabilidade. E na tentativa de validar a idéia de que na ciência tudo vale, vai tomar uma conotação perigosa a partir do momento que passa a idéia de que é o homem que está a serviço da ciência e não a ciência a serviço do homem. Como diz Paulo Terra: tudo vale: é tentativa imperfeita de sintetizar a idéia de que a adoção exclusiva de procedimentos metodológicos rígidos limita o progresso do pensamento e de que é imperativa promover a diversidade teórica. Mas o que acontece de forma concreta é um determinismo provocado pelo avanço da ciência de tal forma que quando as pessoas tomam consciência da dimensão do problema, a sociedade já está selecionada entre aqueles que se adaptaram aos avanços tecnológicos por bem ou por mal e aqueles que estão a margem dessa mesma sociedade, excluídas por não saberem lidar com essas exigências tecnológicas modernas.

Fica  claro, viver num mundo informatizado, onde a informação é central para a interpretação e a ação diante da realidade, significa, nas falas recorrentes, estar a formação dirigida para o aprender a aprender, não mais se justificando a formação para o aprender a fazer. Isto vai exigir muito mais do sistema educacional, pois os objetivos de uma educação libertaria terá que está voltada para a adequação às necessidades sociais, estimulando a capacidade do sujeito, onde deixa de ser espectador e passa a ser protagonizador da história, assumindo uma condição de sujeito que se apropria do conhecimento para gerir mudanças.

Referências Bibliográficas

ALVES. Rubem. Entre a ciência e a sapiência, o dilema da educação, ed. Loyola, SP. 1999.

FOUREZ, Gerard. A construção das ciências, tradução, a introdução à filosofia e à ética da ciência. Ed.UNESP, 1995.

MAYOR Frederico e FORTI, Augusto: Ciência e Poder, tradução de Roberto Leal Ferreira. Papirus, 1998.

TERRA, Paulo, Pequeno Manual do anarquista epistemológico, Editus, 2000.




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