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Resenha: O QUE É A FILOSOFIA? Por Gilles Deleuze e Félix Guattari


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A arte conserva e se conserva em si, porém, se o material que a constitui se desfizer ela também será desfeita, não acontecendo o mesmo com a sensação, e isso não tira a contribuição que deu ao mundo, a arte quando é feita, torna-se independente de seu modelo, seu espectador ou auditor.

Acredito que depende de seu criador para ser feita, de seu espectador ou auditor para completar seu ciclo de ser arte e, a partir de sua consagração, então, torna-se independente tanto de seu criador quanto de quem a experimenta, o que fica é o prazer estético, é o que se sente, o que se ?usurpa?, o que se conserva é o bloco de sensações.

Os perceptos são independentes do estado daqueles que o experimentam e, os afectos transbordam a força daqueles que são atravessados por ele, é neste contexto que as sensações, os perceptos e os afectos, excedem qualquer vivido.

O texto afirma que o composto (obra) deve manter-se de pé sozinho, esse é o grande desafio do artista, é a força da verticalidade, e para tanto muitos recorrem a inverossimilhança ou imperfeição física, é o que acontece com muitas obras de Pablo Picasso, por exemplo, e estes recursos talvez sejam alguns dos elementos necessários para tornar uma obra de arte monumento e, por este ângulo não creio que qualquer obra de arte seja um monumento, entendendo por monumento um bloco de sensações presentes que só devem a si mesmas sua própria conservação. Isto porque acredito que nem toda obra consegue alcançar o status de monumentos o qual se falou ainda pouco. Contudo, se o critério para estabelecer obra de arte for somente as que consigam ser um bloco de sensações presentes que só devem a si mesmas sua própria conservação, então, é forçoso que toda obra de arte seja um monumento.

O texto diz que a memória intervém pouco na arte, que a fabulação criadora nada tema a ver com uma lembrança, mas talvez isto dependa do propósito de cada autor, dependa se quer remanejar sensações ou cria-las. A memória é fato presente em qualquer ato criador, manifestando-se consciente ou inconscientemente sob algum estado de espírito, e isto se verificará na cor, no traço, no gesto...; e das duas formas creio ser possível exceder estados perceptivos e paisagens afetivas, ir além conservando sensações. Liberar vida lá onde ela é prisioneira ou insufla-la onde não existe.

Acredito que a afirmação de que as figuras estéticas não têm nada a ver com a retórica precisa ser delimitada. Partindo do conceito de que retórica é a arte de persuadir, houve um momento (e ainda há nas entrelinhas) em que a arte era muito retórica, era só retórica, e partindo de seu outro conceito que também é exprimir-se, a arte foi e continua sendo retórica, é ato de exprimir e expressar-se, é ação de exteriorização de impressões e sensações.

Falando sobre arte e natureza, a carne é o composto de sensações, a casa é a junção finita dos planos coloridos e o universo é como o fundo da tela, o único grande plano. Neste contexto, natureza e arte se confundem, o território abre para forças cósmicas que sobem de dentro ou que vêm de fora e tornam sensíveis seus efeitos sobre o habitante. As forças podem fundir-se, decompor-se ou alternarem-se ou ainda enfrentarem-se. É a conjunção de dois elementos vivos que são casa e universo, e suas forças (sensações) que cairão sobre o habitante, a carne.

A grande questão é fazer a obra manter-se de pé, conservar-se e sustentar-se, e para isso acredita-se ser necessário saturar, saturar e só guardar a sensação que nos dá um percepto, e através dos meios materiais arrancar o percepto das percepções do objeto e dos estados de um sujeito percipiente, arrancar os afectos das afecções, como passagem de um estado a um outro. Há que existir uma relação íntima entre o composto de sensações e o meio material.

Na verdade, instalam-se grandes questionamentos sobre os fatores estéticos, técnicos e funcionais, parece uma busca intrínseca e nas entrelinhas, do que é arte, como fazer, como inserir sentimento, dar continuidade. Como compor...

Ouso dizer que arte não se basta em si mesmo e por si mesmo, mas em sensações várias e questionamentos vários que pode suscitar em um indivíduo ao entrar em contato com ela visto que toda a sensação é uma questão, mesmo se só o silêncio responda a ela.



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