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Os Filósofos Pré-Socráticos


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O homem tem necessidade de encontrar uma razão de ser para o mundo. Conceber a vida e o mundo é uma exigência da própria natureza humana frente ao mistério do real. Em sentido amplo, a filosofia é essa concepção de vida e de mundo, mas em sentido restrito, é uma evolução histórica que pressupõe a necessidade da atividade racional do homem frente à totalidade do real.


Como a mais importante contribuição do povo grego antigo ao mundo ocidental, é relevante reconhecer nas suas origens a influência dos povos vizinhos do Oriente <egípcios/fenícios/mesopotâmicos>, mas impossível é pretender que a filosofia tenha estado presente em toda cultura.


Na opinião de BORNHEIM, essa problemática que moveu os estudiosos orientalistas e helenistas no século XIX, hoje está sendo substituída por uma visão mais equilibrada. Para os orientalistas, a Grécia era destituída de originalidade, mesmo em relação à Filosofia, pois trouxera do Oriente todos os principais conteúdos de sua cultura. Os helenistas defendiam a independência do gênio helênico com um elogio ao ?milagre grego?, considerado produto exótico dentro do panorama bárbaro dos povos antigos.


Os temas que vão ocupar os filósofos gregos, ?as idéias gerais de certos povos primitivos sobre as concepções? de vida/mundo/alma/origens, cosmo/unidade/universo/ciência>, estas idéias sob a forma de mitos, estavam presentes tanto nas antigas religiões como nos povos mais adiantados. No Egito e no Oriente Médio chegou-se a desenvolver uma matemática, astronomia e medicina.


Para NIETZSCHE, o caráter original da cultura grega era a presença de sábios em lugar de santos. Os elementos bárbaros que penetraram no pensamento grego funcionaram como ponto de partida para o desenvolvimento de todo o conteúdo que sustentou o surto filosófico, mas a simples consciência de conteúdos não explica esse tipo novo de comportamento humano, mais racional.


O maior respeito à dimensão especificamente racional, sem a qual fica impossível pensar a filosofia, prenuncia a necessidade de se evitar categorias absolutas <comportamento religioso>, valorizando-se o lado da racionalidade <atividade prática>. Disso resulta a maior autonomia para o comportamento racional e filosófico <pergunta que exige a postura puramente intelectual>.


Outras questões relativas ao surto de filosofia na Grécia, como o problema dos pressupostos do pensamento grego e o problema das relações entre a religião e a filosofia, explicariam a instauração do comportamento racional - que pode ser compreendido através de certas características da religião grega. Não se afirma que a religião grega tenha sido causa da filosofia, o que se questiona é como esses conteúdos foram transferidos do contexto mítico para o domínio da pergunta racional. Tales de Mileto afirma que a água é elemento primordial, há nisso a clara ressonância do mito homérico, mergulhado nas mais primitivas crenças religiosas.


A ressonância do mito surge como afirmação do mundo natural que para o grego não implica em uma recusa de uma realidade sobrenatural. As colônias, onde se desenvolveu a filosofia pré-socrática, não se caracterizavam pela intensa religiosidade observada na Grécia peninsular <tragédia>, mas não será a falta de religiosidade que explica o surto de filosofia.


Trata-se de outro tipo de religiosidade que obrigava o homem das colônias a viver mais por si mesmo, a desenvolver certa ousadia intelectual. O pensamento pré-socrático, não o do mito ao logos, mas o que caminha do logos mítico para a conquista de um logos poético, anuncia a ruptura fundamental da religiosidade grega:


1) ?o homem grego não compreende seus deuses como pertencentes a um mundo sobrenatural?, como conseqüência tem-se um tipo de religião que desconhece dogmas/verdades fundadas fora da ordem natural, onde os deuses são apresentados com a evidência que os prende a ordem natural das coisas;


2) ?não existe o exclusivismo do deus hebraico/muçulmano?, que só reconhece o homem que se converte. Os gregos não se limitam a uma Igreja/privilégios de um povo escolhido e os deuses gregos são reconhecidos em sua presença natural <plantas/Amor, Riso, Justiça; pedras/Homens/Choro>.


Com o desenvolvimento gradual de uma atitude filosófica diante do real, o homem passa a afirmar-se como um ser que por suas próprias forças questiona o real. Daí até a autonomia da pergunta filosófica foi um longo itinerário:


I.         Homero ? o poeta se esconde anônimo, atrás dos feitos dos deuses e heróis;


II.       Hesíodo ? o poeta apresenta-se como homem e quase que constrói a seu modo uma teogonia, de forma que a atividade racional do homem ganha intensidade crescente;


III.     Tempo dos pré-socráticos ? momento da maturidade. J.BURNET atenta para o fato de os primeiros filósofos usarem a palavra deus, num sentido não-religioso. O pensamento filosófico é condicionado pela religião, mas esta passa a sofrer o impacto da filosofia.


IV.     Aristóteles ? Metafísica. Os filósofos pré-socráticos eram chamados de physikoi. Contudo, a física pré-socrática difere da acepção moderna, assim como physis difere de natureza.




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