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Crítica da razão pura


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A partir de uma reflexão sobre a física newtoniana e a lógica aristotélica, da filosofia racionalista e da filosofia empirista, Kant busca desenvolver, nesta sua obra-prima, uma teoria do conhecimento ligada a uma filosofia da ciência. O argumento de Kant é que, apesar de todo o conhecimento ter a sua origem na experiência, esta, por sua vez, deve ser problematizada e não "dada" como já compreendida, e esta problematização vai nos levar a estabelecer sua relação com a razão humana, pois é graças a razão que a experiência científica torna-se possível, e, sem esta razão, a "experiência" não passa do sensorial imediato, e não de uma verdadeira fonte de conhecimento. Sendo assim, para Kant, é necessário fazer uma crítica da razão teórica, aonde demonstrar-se-ão os seus limites e sua possibilidades, aonde o conhecimento humano pode ir e aonde ele se detém. Além desta razão já liga à experiência, na física, na química ou na biologia, há a razão que Kant chama de "pura", correlata à matemática e à lógica; se a racionalidade experimental pressupõe a razão pura, esta prescinde da primeira. A proposta do criticismo de Kant é exatamente dar uma descrição da razão teórica pura, compreendida como fundamento da matemática e da lógica, e, por estensão, da física e outras ciências naturais. Este fundamento, para Kant, reside em um conjunto de "a prioris" que tornam possível, ao homem, o conhecimento. Além disso, Kant introduz uma distinção entre o fenômeno (aquilo que aparece para nós, ou aparência) e a coisa-em-si (o icognoscível que está além da nossa capacidade de conhecer). E, na minha opinião o mais importante e a grande contribuição de Kant para a filosofia, a distinção entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Trataremos aqui apenas da primeira parte do livro de Kant, deixando a segunda parte (Dialética transcedental) de lado.

Primeiro, Kant descreve que a experiência consiste em uma ordenação dos fenômenos em um contexto espaço-temporal, o espaço e o tempo sendo, então, a forma a priori da experiência. Esta parte do livro de Kant é clara e coerente. Os fenômenos, para Kant, são dados pela intuição sensível no espaço e no tempo.

Depois, Kant descreve o intelecto, isto é, a capacidade de pensar por meio de conceitos. Kant diz que a construção de conceitos é possível graças a uma capacidade de síntese (unificação) da apercepção (consciência de si), ou, em outras palavras, construir conceitos e sistemas conceptuais é uma faculdade do "cogito", e, ao pensar os objetos, o sujeito pensa a si mesmo. Infelizmente, esta parte não é tão clara e coerente quanto a primeira. Kant parece confundir várias vezes a representação de conceitos abstratos por um eu pensante com a intuição sensível de fenômenos no espaço-tempo. Ora, um dos argumentos principais de Kant é, exatamente, a distinção entre a experiência e o intelecto. Mas, continuando, Kant, não satisfeito em pensar no princípio de causalidade como a forma do pensamento abstrato, elabora uma complexa tábua de categorias, de onde pretende deduzir as estruturas transcedentais mais complexos do conhecimento. Comentadores como Schopenhauer consideraram supérflua a tábua das categorias e unificaram a faculdade do intelecto como pensamento por meio de conceitos de acordo com o princípio de causalidade, e vários epistemólogos alegam que a causalidade é o fundamento de todas as ciências experimentais (física, química, biologia, sociologia, psicologia), e apenas as ciências formais (matemática e lógica) prescindiriam da causalidade, por não lidarem com fenômenos, mas apenas com relações racionais e ideais.

Assim, Kant constrói uma filosofia idealista transcedental do conhecimento, fundamentada em uma crítica racionalidade que se destina a determinar claramente quais são as possibilidades e quais são os limites do conhecimento do homem.



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