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Três lições de filosofia da educação.


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A filosofia da educação está ocupando menos espaço no mundo acadêmico atualmente, sendo em um curso de formação pedagógica a primeira vez que o aluno tem contato com ela, que muitas vezes não é muito aprofundado, somente superficial, mas às vezes temos a sorte de encontrar um mestre explicador que nos introduz mais no assunto. Esse mestre transmite o saber filosófico da filosofia da educação, sob base em um saber já predeterminado, o que muda é a compreensão do futuro docente.

Para elucidar, poderíamos citar O mestre ignorante, mas ainda temos alguns autores que reprovam Rancière, afirmando ser uma lenda, uma mera experiência, pois se trata da idéia de emancipar o aluno, o que desagrada às autoridades. O autor tenta nos esclarecer que devemos levar em conta O mestre Ignorante, pois é uma obra que nos ajuda a trabalhar com o exercício do pensamento. Essa obra propõe uma forma nova de exercer a filosofia da educação, baseada no pensamento, filosofia no ato, sem esquemas e lógicas, o que gera pensamentos singulares, o que é um dos objetivos da filosofia. Rancière nos propõe a questionar tudo e a todos, até a nós mesmos, nossos métodos, o que nos promove educar sem subestimar ninguém, até nossa pessoa. Em seu livro ele discute teses que geram muita polêmica na atualidade, o que seria contraditório valorizar sua grande força explicadora. O ponto forte dessa obra esta na sua força de nos fazer pensar, interrogar, sendo uma experiência radical. Mas nos, na educação, fazemos o contrário que Jacotot (principal de O mestre ignorante) fazia: aprendemos e ensinamos a desigualdade e não fazemos nada para mudar essa situação.

Com a ajuda de Jacotot, somos capazes de parar e pensar naquilo em que fazemos, o que é um começo para mudar a situação. Para mudar, não é preciso abandonar os atos que adotamos, mas sim começar a pensar nas nossas atitudes, e com o tempo percebemos que não podemos continuar a pensar como pensávamos nem tampouco agir como agíamos. A filosofia da educação vem para polemizar, mudar todos os preceitos sobre a educação que temos até os dias de hoje. Ela serve para nos questionarmos sobre nossos métodos medievais e começar a mudar, deixar de ensinar como ensinávamos, de pensar filosofia como pensávamos, ou seja, uma nova revolução.

A inflexível igualdade do exercício: o anti-Sócrates

Para Rancière, a filosofia é baseada na igualdade, mas totalmente diferenciada das outras pré-concebidas. O caráter conservador ou revolucionário de um educador é definido pela sua relação com a igualdade, que deve ser colocada como objetivo e não principio, o que para Rancière é inviável. A igualdade nesse caso se transforma num paradoxo: é ao mesmo tempo algo que podemos e não podemos pensar sobre a filosofia da educação. Vamos agora levar em consideração o papel de Sócrates, no nosso trabalho, sendo ele a figura fundadora da filosofia.

Rancière reprova totalmente Sócrates, diz que o importante filósofo não passa de uma pessoa que se acha superior a todos e, como Rancière é a favor da igualdade, não tolera comparações com ele. Sócrates usa de dissimulação para transmitir seu saber o que o torna muito perigoso, nega ser educador, mas sempre sabe de antemão o que os outros deviam saber, usando da ignorância para se promover.

As lições de uma leitura

Rancière nos remete ao que queremos e não queremos ser ao falar de Sócrates, pois quem um dia não quis ser como ele? Primeira lição do ignorante: o mais natural, evidente e aceito pedagógica e socialmente acaba por se mostrar o mais problemático filosoficamente.

É o paradoxo que nos proporciona pensar o caráter paradoxal do ato pedagógico, pois Jacotot nos mostra que a ignorância é ao mesmo tempo necessária e impossível para a ordem social. Segunda lição do ignorante: somente pelo paradoxo, entranhados no lodo paradoxal, podemos encontrar algum sentido na educação.

Finalmente, a lei da emancipação, que é uma lição que passa de pessoa para pessoa, interpretada de diferentes formas. Terceira lição do ignorante: só há uma única educação que vale a pena ? a que emancipa (sem emancipar). Quem não deixa que os (as) outros(as) se emancipem, embrutece.



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