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Grande AVENTURA- A travessia do Pacífico, nogaleão de Manila


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GRANDE AVENTURA ? A travessia do Pacífico no galeão de Manila

No Séc XV, os espanhóis pretenderam estabelecer-se nas Molucas ? as ilhas das especiarias, na posse da coroa portuguesa, mas sem sucesso.

Fernão de Magalhães, ao serviço do imperador Carlos V de Espanha, conclui a primeira viagem de circum-navegação e por morte deste, Sebastian d´Elcano, comanda a expedição que acaba por se dirigir para leste e estabelecer-se nas Filipinas.

Em 1565, o explorador Miguel Lagazpi, considera aquele território sem interesse comercial, mas viria a mudar de opinião, quando constata a chegada constante de comerciantes e piratas, chineses, árabes e indianos, à baía de Manila, com os mais variados produtos.

Vai dar-se início, então, ao domínio espanhol do Oceano Pacífico, por mais de duzentos e cinquenta anos, com a rota que ligava Manila, às colónias espanholas da América, numa distância de quinze mil quilómetros.

Era o que se pode considerar uma auto-estrada dos mares.

Depois de cinco expedições fracassadas, em Junho de 1565, saía o primeiro galeão de Manila.

Para as colónias, a rota era feita em linha recta e no regresso as dificuldades eram acrescidas com fortes correntes e ventos contrários e cada viagem chegava a durar de sete a oito meses.

Andrés de Urdaneta, profundo conhecedor daqueles mares, diminuiu o tempo de viagem para cerca de quatro meses, porque passou a levar os navios, contornando a costa asiática, para norte, até ao Japão, onde apanhava a corrente de Kuroshio, ou corrente negra, de águas quentes e rápidas que o levavam até às costas da Califórnia e depois contornando a costa, seguia para sul, até ao México.

Esta rota, tornou-se muito lucrativa, pela procura de artigos de luxo e exóticos, provenientes do Oriente, tais como: sedas, tafetás, veludos, damascos e porcelanas da China, tapetes da Pérsia, especiarias, algodão e marfim da Índia que eram pagos com ouro e prata das minas das colónias da América.

Quando o galeão atracava, organizava-se uma grande feira comercial.

O galeão era um navio de proa e popa elevadas, de enormes dimensões, chegando a pesar cerca de mil toneladas. O Santísima Trinidad, pesou mesmo duas mil toneladas, sendo que a sua tripulação por norma, era constituída por cem marinheiros de primeira, duzentos de segunda, quarenta artilheiros e quarenta e quatro soldados.

A maioria dos marinheiros era asiática, pois tinham uma notável aptidão para o mar. Por cada quatro ou cinco asiáticos, um era espanhol. No entanto eram muito mal tratados e recebiam sempre metade da ração e trabalhavam a dobrar.

A travessia era muito perigosa, sem escalas e sujeita a ventos contrários e grandes tempestades. Em 1746 o navio San Andrés, passou por 18 tempestades, sendo que uma delas durou 80 horas.

Eram constantemente atacados por piratas chineses e da ilha Formosa, assim como por corsários ingleses, entre eles, Francis Drake.

Os navios levavam militares a bordo e artilharia. Era tal a ganância que, por norma, colocavam os canhões nos porões, para terem mais espaço para a carga.,Foi assim que o galeão Santísima Trinidad, foi capturado pelos ingleses, por só ter conseguido utilizar dez dos sessenta  canhões que levava a bordo.

Colocar mercadoria nos navios, era privilégio de comerciantes, religiosos, altos funcionários e viúvas pobres.

Naturalmente que, havia tráfico ilegal e muita da carga entrava com a conivência dos capitães, já com o barco em alto-mar. Daí ainda hoje se utilizar a expressão ? negócios da China?, quando nos referimos a negócios menos claros.

Estava estipulado que para a América, o navio levaria seda, porcelana, algodão, marfim e afins. De regresso às Filipinas trazia cacau, café, os muito cobiçados baralhos de cartas, ouro e prata.

Até ao Séc XX, os chineses cunharam a sua moeda com o ouro vinda da América.

Por norma, a viagem era feita por dois navios, sendo um o principal, o outro o secundário e se por qualquer motivo o navio não pudesse partir, em tempo oportuno, ocasionava um prejuízo enorme que só era recuperado no próximo ano.

A esta rota, opunha-se a cidade de Sevilha, detentora do monopólio, com o Oriente, chegando a apresentar várias queixas à coroa, por concorrência desleal.

Em 1785, foi criada a Real Companhia das Filipinas e o comércio passa a ser feito directamente com Espanha e não com as colónias na América, passando a ser utilizada a rota pelo Cabo da Boa Esperança, no Sul de África.

Progressivamente a rota do Pacífico, vai perdendo interesse e o seu declínio é definitivo quando a Espanha é derrotada nos mares pela Inglaterra, na batalha de Trafalgar e em terra pelas tropas de Napoleão.

Mesmo assim, ainda permaneceu nas Filipinas, por mais 100 anos, até que em 1815, parte de Manila o último galeão ao serviço da coroa espanhola.


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