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Relatividade da Linguagem
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As palavras, muitas vezes, são insuficientes para manifestar a contemplação do espírito de forma absoluta. Elas são na verdade uma convenção utilizada para dar uma forma ao pensamento; por isso, como são nomes dados pelo homem a objetos e situações, têm natureza relativa. Assim, se referir à essência do significado da palavra é o mesmo que referir-se ao espírito.
Tome-se como exemplo a palavra amor. Ela pode expressar, entre outras coisas, idéias de benevolência, de altruísmo, de amizade, de atração entre pessoas de sexo oposto ou do mesmo sexo e vulgarmente até mesmo a idéia de relação sexual. Considerando apenas a interpretação universal de ?amor?, que denota o ato de fazer o bem ao semelhante, qual atitude concreta poderia exemplificar suficientemente a sua semântica? Dar um pão a alguém que passa fome? O perdão de uma traição conjugal? Rezar por alguém que o esbofeteou? Enfim, existem infinitas possibilidades. Mesmo que se abstraia a palavra amor, que ela seja retirada do vocabulário, todas as interpretações possíveis de seu significado continuarão existindo, a despeito do fato de ela ser desconsiderada. Benevolência, altruísmo, paixão - enfim, tudo que se poderia inferir a partir de tal conjunto de letras continuará com o seu significado, com a sua existência, independentemente do fato de o termo amor ser suprimido do dicionário. Na verdade tal termo existe, justamente por que em determinado momento da história, a ele foram atribuído semelhantes significados.
Concluindo, o espírito gerou as palavras, base em sua contemplação criou a linguagem. A essência do que as palavras significam está justamente na alma de quem as criou. Assim, a comunicação pela linguagem, não pode dar-se de forma que sempre haja absoluto entendimento entre as partes.
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