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Introdução aos estudos lingüísticos: Gramática na Grécia e Gramática em Roma


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Gramática na Grécia
Os gregos foram um povo muito preocupado com histórias e com grandes conquistas de territórios, entretanto não tinham a preocupação de estudar as línguas que os cercavam, denominaram os povos vizinhos de bárbaros e indignos de serem sequer estudados. A negligência desse ato i possibilitou os gregos de perceberem as possíveis semelhanças que aquelas línguas tinham. Os gregos pensaram e estudaram apenas em sua própria língua e esta era vista sobre dois aspectos: ?plano estético (os procedimentos de estilo) e o plano filosófico (adequação da linguagem ao pensamento)?. Pág.17 Esse interesse pela língua foi a base gramatical estabelecida pelos gregos que fundamentou os estudos lingüísticos na Europa séculos depois. Essas bases foram pensadas pelos gregos não como gramaticais, mas sim como filosóficas, tendo como tema central a relação pensamento- palavra, ou seja, o que leva determinada coisa e ter aquele determinado nome. Os primeiros pensadores gregos admitiam um sentido nessa relação, considerando a palavra como ?encarnação das coisas?. (BORBA, 1975, p.13) Sócrates em um dos seus famosos diálogos trata sobre essa possível arbitrariedade. Nesse diálogo os personagens discutem a relação entre coisas e nomes, dando exemplos de palavras que trazem um significado implícito e de propriedades supostamente associadas às letras e também de palavras que nada tem em comum com o nome que recebem. Foi Aristóteles que estudando a filosofia da linguagem, levantou reflexões a cerca da constituição da gramática. Ele defendia a exatidão das palavras, mas seu mérito mesmo foi com o estudo da estrutura lingüística. Ele estabeleceu uma teoria da frase, a distinção entre as partes de um discurso e enumerou as categorias gramaticais. O vocabulário por Aristóteles sistematizado tem influência até hoje na pedagogia e na metodologia de estudos. Os estóicos, sempre baseados na lógica também se destacam no estudo da questão da linguagem. Para eles ?a linguagem se origina naturalmente na alma dos homens e a palavra expressa a coisa conforme a natureza dela, suscitando, do mesmo modo, no ouvinte, uma impressão conforme a dita natureza? (BORBA, 1975, p 13). Dentro desta perspectiva, foram os estóicos os primeiros a realizar pesquisas etimológicas buscando a verdade na origem das palavras. Os estóicos também contribuíram no desenvolvimento das classes gramaticais. No século III, num movimento nascido em Alexandria, buscava um estudo mais objetivo da linguagem e tais estudos reunidos receberam o nome de gramática, que abrangia também os interesses gerais por obras escritas. Nesse período a preocupação com a relação coisa-nome foi substituída pela relação anomalia-analogia, sendo a anomalia a ?falta de conseqüência continuamente observada entre palavra e pensamento? (BORBA, 1975, p 14), e a analogia a ?tendência niveladora da língua? (BORBA, 1975, p 14). A gramática surgida neste período era puramente normativa, sendo usada para diferenciar certo do errado e estava ligada à interpretação de textos. As classes Nome, verbo, Particípio, Artigo, pronome, Preposição, Advérbio e Conjunção eram as classes estabelecidas até então. A morfologia visava os sons (vogais, consoantes, semi-vogais, mudas, etc). Restrições dos estudos gregos: Preocupava-se apenas filosoficamente e sempre utilizando a lógica; só se preocupavam com o grego, sem compará-lo com outras línguas; o estudo da língua tinha a intenção de se compreender e preservar textos antigos; como tomavam por base somente o grego, sem compará-lo com outras línguas, chegavam a falsas conclusões pois davam mais valor a suposições do que a experiências; a base filosófica tornava as definições muito abstratas; por ser puramente normativa, a gramática grega só ensinava a ler, escrever. Apesar dessas restrições, os gregos foram os precursores dos estudos da linguagem por lançarem as bases fundamentaise as categorias gramaticais que permanecem até hoje traduzidas.
Gramática de Roma
O povo latino demonstrava um grande interesse nas línguas estrangeiras. Basearam-se nos modelos gregos, tiveram grandes dificuldades em estabelecer regras de acordo com as teorias gregas, mas acabaram ampliaram os estudos casualmente. Dentre os estudiosos latinos pode-se destacar Varrão ?que fez grande esforço para definir a Gramática ao mesmo tempo como ciência e como arte e que vislumbrou, com mais lucidez que os gregos, o valor da oposição de aspectos no sistema do verbo? .p.19 Os estudos gregos foram difundidos na Itália e instigaram os romanos a aplicar a relação anomalia-analogia em sua própria língua. Os romanos já reconheciam as partes de um discurso, mas sem nomeá-las sujeito, predicado, etc. Os primeiros tratados dedicados aos escolares apareceram entre 37 e 52 d. C, e depois nos séculos IV e VI outros também discursavam sobre as partes do discurso, as regras da retórica, métrica e etc. Dessas partes do discurso, os romanos distinguiam o Nome (substantivos e adjetivos), Pronome, Verbo, Particípio, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição, excluindo o Artigo que não tinha correspondente em latim e criando a Interjeição que não havia no grego. A fonte principal dos estudos latinos foi ?De Língua Latina? de Varrão (116 a 27 a.C) que, embora muito tenha se perdido no passar dos anos, apresenta a relação anomalia-analogia sendo mediada pelo autor com exemplos. As mesmas limitações dos gregos, o avanço está no estudo ser tratar de duas línguas. Criaram semelhantes fantasiosas explicações e derivações para as palavras.


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